IHG Poxoréu reúne líderes estudantis para aprsentar projeto
O presidente do IHG Poxoréu Antônio Nival, acompanhado do vice-presidente Agnaldo Luz e do membro Gaudêncio Amorim se reuniram com líderes de Grêmios Estudantis das Escolas João Pedro Torres, Poxoréu, Pe. César Albisetti, para apresentar proposta de curso de formação de lideranças.
A preocupação do IHG Poxoréu é de formar novos líderes para inclusive dentro da própria instituição, como forma de deixar um legado para os jovens de preservação de memórias, da cultura, da arte e da história do município, podendo esses líederes atuarem também em outros setores.
A ideia do curso foi muito bem aceito pelos líderes que participaram da reunião, os quais, por unanimidade dos presentes, aceitaram a fazer parte do projeto, crendo que trará conhecimento, experiência e vocação aos mesmos.
A professora Ênia, Adjair e o professor Edson, que acompanharam os alunos, elogiaram a iniciativa do IHG Poxoréu, dizendo que os jovens tem um potencial enorme e que precisa ser moldado para seguir a trajetória de líderes. Disseram também que o Grêmio Estudantil é um movimento que tem retomado nas escolas estaduais e é uma importante ferramenta de ajuda aos alunos.
O nosso presidente Antônio Nival destacou a preocupação da instituição, defendendo que Poxoréu sempre teve pessoas de destaque no Estado e no país e que ações como essa ajudam a estimular e formar novos líderes.
Gaudêncio Amorim enfatizou a experiência do instituto em liderar projetos, citando a revitalização do Diamante Clube, dependendo apenas dos alunos presentes demonstrar interesse na formação, pois o restante o IHG Poxoréu possui, como conteúdo, experiência e expertises.
O curso será fomatado e em breve começará com a primeira turma.




Causos da Lena: A Poderosa
Humilde, simples e intensamente dedicada as suas funções.
Hoje, 11 de dezembro, aniversário de Júlio Campos me bateu uma saudade imensa da minha amiga. Com o cognome “A poderosa”, somente duas pessoas tinham a liberdade de dizê-lo. Eu e minha grande amiga Neuza, que partiu precocemente para a esfera Celestial.
Refiro-me à grande amiga Isabel Campos, que nunca me deixou na mão, e sempre me prestigiou. Fui sua assessora durante os quatros anos do governo Júlio Campos. Realizávamos todos os tipos de eventos em apoio as comunidades do Estado.
Certa feita, trouxemos uma leva de artistas famosos à Cuiabá, para um show beneficente no estádio Verdão. Entre estes, estava Maria Creuza, no auge da sua carreira com uma voz encantadora. Insistentemente pediu que colocássemos a sua disposição um litro de whisky ou não haveria show. E agora?! Show… ou… whisky…? Ficamos entre a cruz e a espada. Decidimos, então, desobedecer às ordens da 1ª Dama, que não aceitava bebidas de espécie alguma no camarote.
Neuza tomou as providencias cabíveis, providenciando imediatamente o litro de whisky.
Minutos depois a famosíssima artista, um tanto alterada adentrou-se ao palco convocando o povo para estar junto a ela, desconhecendo o fato que entre a arquibancada e o gramado havia uma grande vala. E o povo atendendo o seu clamor desceu, como um estouro de boiada, transformando nosso show em tragédia total. Fora programado um jantar em nossa residência com os artistas. Entre eles os irmãos Antônio Carlos e Jocaf (ex Maria Creuza). Sem outra alternativa não participamos do jantar.
Amanhecemos no Pronto Socorro de Cuiabá prestando assistência a todo tipo de acidentados. Essa era a nossa 1ª Dama, nunca deixou o barco afundar!!
Inúmeros fatos eu teria a relatar sobre a Poderosa Isabel, um livro ainda seria insuficiente para tantas histórias, dois fatos terei que relatar pois marcaram profundamente a nossa convivência.
Isabel nunca deixou de ser ativa. Sempre procurava se dedicar a alguma atividade. Nem se comparava com aquela Isabel do tempo do internato Coração de Jesus. Irmã Olga Dualib, nossa assistente geral estava sempre a lhe chamar a atenção. As alças do seu uniforme estavam sempre abaixo da cintura, nunca nos ombros como deveria ser. Naquela época isto era considerado um ato de rebeldia. Jamais imaginei que aquela mocinha um tanto desligada seria a 1ª Dama do Estado de Mato Grosso. Ela nos surpreendeu em tudo.
Relatando o segundo fato: em 1994 me aposentei, novamente ela me surpreende. Permanecia em casa um longo tempo sem exercer qualquer atividade profissional. Cheguei ao cúmulo de jogar bozó sozinha.
Foi para mim momentos de angústia, nunca havia experimentado a sensação de ficar inerte. Criei coragem, liguei para ela que me atendeu gentilmente. Disse-lhe: Isabel, preciso trabalhar o que você pode fazer por mim? Ela prontamente me respondeu: Apresente-se amanhã no jornal, que vou nomeá-la Coordenadora de Assinaturas. Nossa que alívio! Me senti nas nuvens, tamanha era a minha alegria. No outro dia me apresentei a gerente que eu a considerava gente “do bem”.
Que decepção! Ela simplesmente me disse que a única vaga que teria ao meu dispor era vendedora de assinaturas, oferecendo-me uma cota de combustível semanal e um percentual sobre as vendas efetuadas.
Meu mundo caiu. Voltei para casa desolada, inconformada e só desabafei para o Jurandir.
Três dias depois, criei coragem, liguei para minha saudosa amiga Neuza, empresária do setor de transporte que sempre nos apoiou. Contei-lhe detalhadamente o acontecido e Neuza me disse: Você enlouqueceu? A Poderosa jamais faria isso com você. Isto é coisa daquela administradora. Liga para Isabel e você terá a certeza de que nada disso foi arquitetado por ela. E assim o fiz, e todas as minhas dúvidas foram esclarecidas. No dia seguinte assumi o cargo de Coordenadora do Jornal Estado de Mato Grosso, onde permaneci até o fechamento dele. Me senti tão incentivada, que resolvi cursar Comunicação e Marketing, e a administradora que tanto me destratou foi dispensada por incompetência.
Isabel, sei que você foi levada pelos anjos. Acompanhei o seu longo sofrimento, jamais esquecerei as suas boas ações e você estará sempre presente em meu coração.
Falei que relataria apenas dois fatos relevantes, esqueci, porém, do mais importante de todos, acredite quem quiser! Planejamos até um casamento! Vejam só, tínhamos na nossa equipe de trabalho uma funcionária que por vários motivos não poderia ser dispensada. Isabel a colocou em diversas funções, ela não se adaptava a nenhuma delas. Para se ter uma ideia, nem o jardim ela conseguiu cuidar. Foi aí que surgiu a ideia magnânima, casar nossa amiga. Como? Com quem?
Só que o parceiro já estava previamente escolhido. Tínhamos no Governo um secretário recém separado da esposa, por não suportar tantas exigências, viviam em outro mundo, um mundo bem distante baseado na aristocracia, onde era obrigatório o uso dos cristais da Boêmia e porcelanas importadas.
Ele cansou de tudo, e estava à procura de alguém simples que o fizesse feliz. Surge então a oportunidade. Planejamos o acontecer: Conheceram-se, casaram-se e continuam juntos até os dias de hoje. Sempre me lembro dele pedindo que eu a ajudasse a combinar as cores e eu lhe respondi: Isto você nunca vai conseguir, ela é virginiana e não liga para estes detalhes. Não temos o mesmo contato de antes. Eles se mudaram para outro estado. Hoje ele está bastante adoentado e ela continua a dar-lhe todos os cuidados, atenção e muito amor.
Amigos, espero ter relatado com precisão e com fatos a nossa convivência dia a dia com a poderosíssima Isabel. Amizade não se busca, não se sonha, ela é uma virtude que só nos seres humanos sabemos exercitá-la.
Minha querida e saudosa amiga Isabel Campos, onde você estiver saberá que amigos verdadeiros são como diamantes lapidados. Você estará sempre entre nós.
Saudades!!!
Membros do IHG Poxoréu prestigiam o lançamento do livro da professora Leda
No sábado (27/08), as Professoras Leda Figueiredo Rocha do Lago e Marlene Figueiredo Rocha Martins lançaram, na Escola Estadual Franklin Cassiano, em Jarudore, o Livro Jarudore: Distrito cheio de histórias e de potencialidades. A obra de 350 páginas registra histórias, memórias, bem como recortes da política e da cultura do distrito de Jarudore.
Estiveram no evento, prestigiando a Confreira Profª Leda, membro do IHG Poxoréu, e sua irmã, Marlene, os confrades Antônio Nival (Presidente do IHG Poxoréu), Agnaldo Luz (Vice-Presidente), Gaudêncio Amorim, Izaias Resplandes, as confreiras Sandra Sol e Eva Mendes.
De acordo com o Prefeito Nelson Antônio Paim, a obra promove informações históricas para atuais e futuras gerações. “Este livro proporciona memórias, do ponto de vista histórico, cultural e geográfico, para os mais jovens. Jarudore é importante no cenário político e geográfico do município, pois nesse local vivem mais de 3 mil pessoas. Logo, este registro é fundamental para eternizar histórias desse povo”, explicou o Prefeito.
Na sua fala, o confrade Antônio Nival (Presidente do IHG Poxoréu) parabenizou as professoras pelo lançamento do livro que vai de encontro com a proposta do instituto que é manter viva a memória, a história e a geografia do nosso município. “A professora Leda tem feito um brilhante trabalho no registro dessas memórias e nós, população, temos o privilégio de desfrutar de uma literatura rica histórica e culturalmente” – destacou.
A Professora e autora da obra, Leda Figueiredo, fez um balanço a respeito do lançamento do livro. “A presença de pessoas que eu não via há mais de 50 anos e o contraste do povo jarudorense é um grande presente. O mais importante é o uso que farão do livro. Que crianças, jovens e adultos possam ler a obra, descobrir informações e sentirem-se provocados a dar continuidade neste registro”, propôs a autora.
Sobre o Livro
“Jarudore: Distrito cheio de histórias e de potencialidades” retrata a identidade do povo jarudorense. A obra apresenta o contexto histórico, geográfico econômico e político do povoado.
Os registros estão organizados em três capítulos: “Organização Social de um Povo”, “Manifestações Culturais de Jarudore” e “A força política do povo de Jarudore”.
O livro está disponível para venda nas maiores editoras do país no formato digital e impresso.
Fotos: Wellinton Mendes












IHG Poxoréu recebe visita de intelectuais matogrossenses
Na última sexta-feira (19) o IHG Poxoréu recebeu a visita de pesquisadores e estudiosos membros do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT), e Instituto Memória Deputado Lenine de Campos Póvoas (IMPL).
Os visitantes foram recepcionados na sede da Secretaria de Cultura e Turismo de Poxoréu, e dali visitaram vários pontos turísticos e históricos de nosso município, como: o Centro Histórico, casa da antiga Máquina de Arroz, Paróquia São João Batista, Concha Acústica e a sede do Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu (IHGPOX).
À tarde os visitantes participaram de uma roda de conversa no IHG Poxoréu sobre a história e cultura de Poxoréu, tendo como base os livros publicados pelos autores locais, tendo como mediadores a Profª Leda Figueiredo e Prof. Gaudêncio Amorim, membros do IHG Poxoréu.
Essa visita, que contou o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e a participação de membros do Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu, teve como objetivo a busca de informações, para um levantamento histórico, que se tornará um documentário sobre alguns municípios de Mato Grosso, entre eles Poxoréu.
O presidente do IHG Poxoréu, Antônio Nival disse sobre a importância da visita para o instituto e para Poxoréu. “Ficamos felizes com a visita desses intelectuais, que colocaram Poxoréu e o instituto na rota de pesquisa e desse trabalho, demonstrando o trabalho que o IHG Poxoréu tem na preservação da história do município” – acrescentou Antônio Nival.






Causos da Lena: A Serenata
Estar em Poxoréu é como estar no Paraíso. A vida toda foi assim e jamais deixará de ser.
Pela primeira vez na vida comemorei o dia das mães emocionada e feliz (perdi minha mãe ainda criança). A programação começou com a apresentação do Samba Pox, seguido do show espetacular do nosso conterrâneo e sua Banda Júlio Coutinho que abalou não só a estrutura da Praça da Liberdade como também corações embevecidos e emocionados.
Tantos amigos, tantas lembranças!! Não dancei, meu par não estava presente. Bem que tive muita vontade. Bateu uma saudade imensa do nosso tradicional Diamante Clube que logo em breve será inaugurado. Fiquei tremendamente feliz ao presenciar Antônio Carlos Filho conduzir sua mãe Urânia para a dança. Era tudo que precisava acontecer naquele instante. Foi uma noite deslumbrante, um frio daquele de gelar a alma, mas Diva muito solícita tratou de nos oferecer uma deliciosa caipirinha, aquela que só nós que herdamos o sangue quente de baiano sabemos preparar.
Estávamos eu, Mazá Coutinho, Selma Moraes e sua mamãe Lourdes que estava comemorando 81 anos, Selma do Jubal, Eva, Diva e Dorinha Corrêa, Sandra Sol podemos dizer assim: “A FINA FLOR DA PRAÇA DA LIBERDADE” todas deslumbradas com o grande acontecimento. E o tempo passou, não queria ir embora, mas o dever nos chamava. Fui para casa de Maria Sol para ajudar na organização da nossa tradicional Serenata das Mães, criada por nosso saudoso mestre Santana Sol nos idos de 1970.
Nossa incansável amiga às voltas com assados dos biscoitos de queijo não me deixou ajudá-la, porém não consegui fechar os olhos. Às quatro da manhã pontualmente saímos para a tão sonhada e desejada Serenata. Começamos pela Igreja. O Padre Alexandre havia externado o desejo de nos acompanhar. Que nada!! Não acordou mesmo ao som dos violões e nossas vozes entoando o nosso hino: Minha mãezinha querida. Que Pena!! Continuamos o nosso percurso em todo centro histórico de Poxoréu.
Algumas famílias nos receberam de portas abertas.
Nossa amiga Marli, figura destaque no Show da Banda Júlio Coutinho, mesmo assim conseguiu levantar e transformar nosso momento numa recepção calorosa. Todo ano ela repete esse ato de carinho. Seguimos para a casa de Lourdes onde além da homenagem das mães, cantamos parabéns comemorando seus 81 anos. Afinal ela merece, criou suas filhas com muita garra e muito amor. Duas preciosidades Selma e Sandra. Prosseguimos animadíssimas, mas o peso da idade nos cochichou: Pare, tempo esgotado!
Convidei Maria Sol que também já se encontrava exausta para ficar, para esperarmos a Serenata, isto bem na subida do Paraíba. Na esquina da Rua Mato Grosso sentamos na calçada do DAE para esperar a turma descer. E nada… Começamos a contar histórias e mais estórias, não sei porque me veio à mente a questão “amizade” e muito emocionada lembrei de uma grande decepção sofrida no passado relacionada ao tema.
O dia já clareando, e nós continuamos a tagarelar e relatei a Maria Sol em detalhes da minha grande frustração.
Quando me casei, voltei a morar em nossa residência na rua Bahia, local onde nasci. A casa grande aconchegante, propícia para festas e reuniões. Nos finais de semana, havia sempre uma galinhada, feita pelo Ênio ou uma moqueca pelo Badinho ou mesmo o tradicional churrasco. A família BB estava sempre reunida.
Numa dessas reuniões, minha amiga que eu denominaria de Ana se aproximou de mim e me fez a seguinte proposta: Lena, nos temos que passar três meses no Rio de Janeiro onde Pedro terá que fazer um curso. Você sabe os cuidados que temos com nossa cachorrinha Suzi e como sei que você adora animais, creio que não se importaria de cuidar dela para mim, durante os meses que estaremos ausentes. Eu prontamente aceitei a missão, afinal a esposa do Gerente me pedindo um grande favor!!
Realmente a Suzi era uma cadelinha mimosa, achei que não teria problemas. A surpresa veio logo a seguir: no quarto onde ela dormia, fez o maior estrago. Toda noite Suzi rasgava um lençol, hoje eu não me lembro quantos lençóis ela destruiu, mas foram vários. Desisti, deixei ela destruir o colchão. Que desastre, mas a mimosinha da Suzi era do nosso gerente. O que fazer? Tive que aguentar calada e esperar ansiosamente que os seus donos chegassem.
Quando os amigos chegaram devolvi a linda Suzi, cheirosa e com muita saudade dos seus donos. Não comentei sobre os lençóis e nem do colchão. Achei prudente não reclamar.
O dia clareando e eu a falar sem parar. Maria Sol atenta esperando o desfecho da história, não sei se ela estava a imaginar. Onde a Lena quer chegar?? Mas não disse nada. Só me ouvia atentamente. E eu continuei…
A vida voltou ao normal. Festas e mais festa. Cada dia nosso vínculo se tornava mais forte. A família BB crescia cada vez mais. Com a expansão da agência, chegavam mais funcionários e novos laços se concretizam. Um ou dois anos se passaram até o dia que nossos amigos partiram para estancias melhores. Foram transferidos. Ficou uma saudade imensa daquele casal que nos trouxe momentos marcantes. Dois anos depois comentei com Jurandir: por que nossos amigos nunca haviam mandado nenhuma notícia? Então sugeri a ele que fizéssemos uma visita surpresa aos nossos amigos. Preparamos a nossa viagem e seguimos em frente com nosso GT FORD, recém adquirido, para surpreendê-los.
Foram dois dias de viagem muito cansativos. Apenas nós e nosso filho Rômulo, com três aninhos. Expectativa de reencontrá-los era imensa. As horas corriam lentamente.
Ao entardecer vibramos de contentamento. Faltavam apenas alguns minutos. Chegamos e juntamente com nossos amigos, advinha minha amiga quem fez a maior festa? Claro que foi a Suzi. Ela tentava pular a grade para ficar conosco. Quanta alegria! Que emoção! Enfim, entramos e fomos bem recebidos. Ofereceram-nos um jantar delicioso e depois fomos jogar conversa fora. Lembrar de Poxoréu, da nossa vidinha rodeada de amigos.
De repente veio a minha mente a pergunta que não quer calar: minha amiga, por favor me fale, já se passaram dois anos que vocês deixaram Poxoréu e nunca tivemos notícias de vocês. Por quê? Ela me olhou bem nos olhos e disse de vagar e pausadamente: Nós estabelecemos um padrão de vida que cada vez que ocorresse uma transferência, nos
esqueceríamos de tudo e de todos. Colocaríamos uma pedra em cima.
O meu mundo desabou. Entrei em choque, perdi a vontade de falar. Entrei em pânico. Foi uma decepção desmedida. Neste momento eu só pensava na Suzi, aquela cachorrinha que me dera tanto trabalho foi a que externou toda a sua alegria ao nos ver chegar. Quem diria Maria Sol? Fiz o mesmo que eles: coloquei uma pedra em cima. Não sei nem mesmo onde andam, nem se ainda estão vivos.
A lição foi dura. Não perdi a fé na amizade, hoje tenho centenas de amigos pelo Brasil a fora, e este é o motivo de estarmos aqui sentadas, nesta calçada, curtindo esta madrugada fria e relembrando um passado tão distante, porque esta amizade transmitida em forma de Serenata das Mães é um ato de amor e amizade.
O dia clareou e nada da Serenata, resolvemos ir para a casa da Maria Sol onde aguardamos a chegada dos participantes com um café da manhã repleto de iguarias, do pão de queijo à fatia Húngara. Que delicia!! As
mães participantes felizes com o sorteio dos prêmios, organizados para aquele momento tão especial: Dia das mães!!
Poxoréu é o paraíso, onde aprendemos que o verdadeiro valor de uma amizade está na confiança, sinceridade, compreensão, dedicação e principalmente no respeito humano.
Cristo nos ensinou que a amizade é tão importante que o próprio Jesus se apresentou como amigo: “já não vos chamo de servos, a vós chameivos de amigos”. João 15:15
Amigos verdadeiros são irmãos de alma.
LENA GLORIA VARANDA VENTRESQUI GUEDES
CUIABÁ, JUNHO 2022
Antônio Nival toma posse como presidente do IHG Poxoréu
Em sessão solene realizada no dia 02 de abril, na Chácara do Senhor Antônio Bonfim, Antônio Nival Souza Campos tomou posse como Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu para o triênio 2022/2025, além de empossar a nova diretoria, pelo mesmo período, composta por Agnaldo Francisco da Luz – Vice-Presidente, José Francisco Hidekazu Nakano de Souza – Diretor Executivo, Paulo César Barreto – Diretor Financeiro e Leda Figueiredo Rocha do Lago – Oradora.
A solenidade contou com a presença da maioria dos membros do IHG, bem como do prefeito Nelson Paim, Presidente do Honra do IHG, do vereador Edson Tur, representando a Presidência da Câmara Municipal, além de familiares e convidados.
Na fala de transmissão de cargo, o ex-presidente Prof. Gaudêncio Amorim, agradeceu a todos os membros do IHG Poxoréu pelo apoio recebido durante ao seu mandato, destacou as realizações alcançadas e se colocou como soldado nas novas empreitadas no instituto.
O Presidente de Honra, Prefeito Nelson Paim, também parabenizou a diretoria que encerrou o mandato e desejou boas vindas ao Presidente Antônio Nival e sua diretoria. “Me coloco a disposição e também coloco a disposição todos os secretários para apoiar as iniciativas do IHG Poxoréu, naquilo que for possível, porque entendo que o instituto é o órgão que vai manter viva a nossa história” – finalizou o prefeito.
Antônio Nival, em sua fala, agradeceu o convite e a confiança de todos do IHG Poxoréu, disse que acredita na unidade e por isso escolheu o nome da chapa de Unicidade, pois será dessa forma que administrará o instituto em união com os demais membros da diretoria e demais confrades e confreiras. “Temos muitos desafios pela frente, mas, com a união, temos forças para superar a tudo” – destacou o presidente.
Livro: O Vale do Córrego da Mata
O tempo passa muito depressa. E ele vai dilapidando as nossas lembranças e as nossas memórias mais queridas. Não adianta a gente dizer que não vai esquecer, porque vai. É bem curioso o fato de que a gente tem mais facilidade para recordar das coisas mais ruins que vivenciamos, do que das coisas boas que não gostaríamos de esquecer. Parece que o ruim marca mais do que o bom. O certo é que, sejam boas ou ruins, as memórias se apagam. E então, venho tentando fazer um registro sistemático das coisas que eu vivi e que ainda recordo. Esse livreto faz parte dessa intenção de resgate.
O Vale do Córrego da Mata é a região que vai desde a nascente desse riacho, até a sua foz com o córrego Barreiro, quando perde o nome. Meu avô Antônio Gomes de Sousa, o Tunico Sousa, morou durante muitos anos nessas terras, que ficaram assim distribuídas: na divisa com o tio Sebastião Teodoro de Freitas, o Sebastião Ambroso, ficava a fazenda de meu pai, Marcelino Argemiro de Sousa, a qual era cortada pelo córrego da Mata, visto que ele ali nascia. Depois de nós, vinha o tio Josias Gomes de Sousa e o tio João Berocam de Sousa, o tio Beró. Depois deles, vinha a sede da Fazenda da Mata, a casa de meu avô, que nós simplesmente chamávamos de “fazenda”.
A partir da fazenda, o vale se alargava. E assim, no mesmo nível ficavam as terras de tio Odílio Carvalho de Sousa (na parte mais próxima da serra da Irara) e tio Irani Gomes de Sousa (casa que foi de tio-avô João Gomes de Sousa (irmão de meu avô) e, depois de tio Irani, foi de José Estêvão de Sousa, o Juquinha. Atualmente, essas terras foram vendidas para uns paulistas.
Após as terras de Odílio havia a casa que foi de tio Josias, de tio Itamário e de tio Lázaro Cainágua. Era uma casa bonita, com rego d’água, monjolo, água na bica, guerobas e pés de café. Andei muito por ali. E depois dela, vinha uma casinha que foi habitada por tio José de Sousa e tia Sebastiana. E, seguindo em frente, chegava-se à casa de tio Belmiro Gomes de Sousa, o tio Belo Sousa.
Na linha paralela, às margens do córrego da Mata, tem até hoje uma casa, onde meu pai e minha mãe moraram por um tempo quando eram casados. Depois, ali funcionou uma escola, onde estudei com o professor Abidom Gomes de Sousa, filho de tio Belo. Havia muitos alunos. Em frente a casa havia um gramado onde jogávamos genipapo verde, no lugar da bola. Quando ele se esbagaçava todo, pegávamos outro e a disputa continuava. Havia uns alunos que vinham a cavalo, porque moravam longe. A merenda era trazida de casa e, muitas vezes era a comida trivial do dia a dia. Eu estudei ali apenas em 1968. Fiz o terceiro ano pela segunda vez. No final de 1968 eu fui estudar em Alto Araguaia, morando com minha tia Marina Cândida de Sousa. Ali, estudei por dois anos, no Ginásio Padre Carletti, o colégio salesiano.
Hoje, a casa da escola é utilizada pelos paulistas, donos da terra, como alojamento de seus funcionários.
Entre o tio Lázaro Cainágua e o tio Belo, também teve uma escola, onde lecionou o professor Manoel Mota. Eu cheguei ir lá algumas vezes com tia Zulmira. Eu era muito pequeno. A casa era de palha e as paredes, de pau a pique. Durante o recreio, os alunos tomavam banho numa grota que passava aos fundos da escola. Nas margens, havia uma moita de bananeiras e, certa vez, eu fiz ali uma arte. Riscando um palito de fósforo que trouxera de casa, pela primeira vez, coloquei fogo nas bananeiras.
E aí se chegava ao córrego Barreiro, o qual tem sua própria história e já é caso para um novo registro.
Espero que a simplicidade do relato não contribua para o seu demérito. Quanto às falhas e omissões, talvez possamos corrigi-las em edições futuras. Não tenho dúvidas que elas existem. Como já disse, as memórias se vão e as lembranças são apagadas. Outros podem se lembrar mais do que eu e também poderão contribuir com esse resgate da trajetória de nossa família no Vale do Córrego da Mata, no município de Torixoréu, MT.
Desejo aos que se decidirem a apreciar esta obra, uma boa leitura.
Poxoréu, MT, 19 de fevereiro de 2022.Izaias Resplandes de sousa, o autor.
Please wait while flipbook is loading. For more related info, FAQs and issues please refer to DearFlip WordPress Flipbook Plugin Help documentation.
Causos da Lena: A Tromba D’água
Março de 1969 ficará em nossa memória para sempre.
Há 53 anos, portanto, saímos de Poxoréu de ônibus, bem cedinho com destino a Cuiabá onde ficaria até o nascimento de meu primeiro filho. Jurandir ficou em Poxoréu. Iria para Cuiabá semana seguinte.
A minha viagem, entretanto, verdadeira aventura, foi repleta de acontecimentos.
Logo que chegamos à Serra de São Vicente fomos informados de que havia um desabamento no caminho, o qual nos impediria de chegar ao nosso destino.
Imploramos ao motorista que retornasse a Poxoréu mas em hipótese nenhuma ele aceitou nossa proposta.
Disse-nos simplesmente “Só posso retornar se a empresa me autorizar”.
Não avaliando as consequências, nem a situação de risco em que colocaria todos os passageiros daquele ônibus, prosseguimos.
Nem mesmo avançamos trinta quilômetros e estávamos frente a maior tromba d’água que presenciei em toda a minha vida.
Infinidade de carros, caminhões, ônibus parados, sem meios de prosseguir para Cuiabá.
Não me lembro do nome nem do motorista tampouco da maioria dos passageiros.
Sei que estávamos eu, grávida de nove meses, levando duas crianças, Ivana e Juscélia, além de Angelina, minha saudosa empregada. No ônibus estavam também nossa querida amiga Paraguaíta e seu filho Rui.
Desânimo total!
Estávamos com o ônibus lotado.
Permanecemos na Serra durante dois dias seguidos. Que desespero!
Ninguém imaginava uma tragédia tamanha.
Eu trazia comigo um pacote de bolachas maisena e Paraguaíta um queijo de Minas, fresco.
Tivemos que dividir o pouco que tínhamos com todos os passageiros.
Era um trecho da Serra de São Vicente completamente desabitado.
Passamos metade do dia e uma noite ali.
Tomamos água da Serra que o motorista colhia numa lata velha daquelas de cinco litros próprias para querosene cujo cheiro forte ainda impregnava a lata. Não tínhamos opção. Era beber aquilo ou passar sede.
Eu estava grávida de meu filho Rômulo, havia engordado vinte e cinco quilos.
Mal conseguia sentar na poltrona do ônibus.
Passei a noite em claro ouvindo os roncos dos que conseguiram dormir.
Logo ao amanhecer percebemos que a tromba dágua havia cedido e possibilitava a travessia do ônibus.
Grande surpresa, a uns mil metros da travessia tinha uma barraca apinhada de pessoas em busca de um prato de arroz que estava custando na época o “olho da cara”, como costumávamos dizer.
Cinco reais que naquele tempo era muito dinheiro.
Quem tinha dinheiro comeu aquele arroz branco sem nada que pareceu uma das maravilhas do mundo gastronômico.
Tão gostoso! Tão delicioso! Parecia um manjar dos deuses. Nunca esqueci dessa delícia.
Nossa alegria no entanto durou pouco.
Acho que uns vinte quilômetros depois, outra barreira. Desta vez atravessamos a pé. Eu, pesadona, amparada por Angelina de um lado, o motorista de outro lado. Os pés muito inchados, mal conseguia andar.
De repente, olhei para a estrada e vejo o milagre: o jipe da EMATER/MT, de uso meu cunhado Engenheiro Florestal Dr. Abdias Ferreira Coimbra, Extensionista da EMATER em Poxoréu (MT), casado com minha irmã Joana.
Ele e minha irmã Joana também presos no mesmo trecho.
Não tínhamos alternativa nem de prosseguir e nem de retornar.
A enchente havia levado a ponte do rio Aricá. Que pesadelo!
Exausta, sem forças para prosseguir, meu estado total era desastroso.
Os pés não cabiam mais nas sandálias. Suplicava a Deus que mandasse um a luz.
Fêz-se a luz!! Abdias.
Lembrou ele que um primo de Jonas Pinheiro tinha uma fazenda bem próxima ao local onde estávamos.
Levou-nos até lá. Fomos recebidos calorosamente. Não me lembro do nome do primo do Jonas, mas jamais esquecerei de sua generosidade. Fomos acomodados e no jantar delicioso tatu com arroz.
Fomos salvos pelo gongo. Que sabor inesquecível!!
A fome era tanta, tanta, que não consigo qualificar.
No dia seguinte, nosso acolhedor emprestou-nos uma canoa e dois barqueiros.
Ele estava muito preocupado com meu estado de gravidez.
Voltamos para o rio Aricá.
O barqueiro fez todos os preparativos para que entrássemos na canoa.
Eu bastante nervosa, insegura, lágrimas escorrendo no meu rosto pois além de mim estavam duas crianças.
Ambas com seis aninhos e Angelina minha secretária, a situação das mais estressantes, neste exato momento o barqueiro olhou fixo para mim e disse: SEGURE FIRME QUE O BARCO PODE VIRAR.
Que tal, não foi nada fácil chegar a Cuiabá, naqueles idos de 1969.
Cheguei viva, com a força divina e a Vontade de Deus. Meu filho Rômulo nasceu belo e forte e alegrou nossa vida até o dia de sua partida precoce em dezembro de 2007, vítima de trágico acidente. Que Deus o tenha!
Meu cunhado Dr. Abdias também já deixou a todos deste mundo, um legado de amizade, exemplo e companheirismo.
Diante do exposto, vocês ainda, quando passam pela Serra de São Vicente, reclamam às vezes por esperar parados por apenas três horas pela desinterdição da estrada em caso de algum bloqueio por acidentes de carretas ou outras razões?
Lembrem-se:
“As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo!”
Lena Glória Varanda Ventresqui Guedes, março/2022
Novos membros tomam posse no IHG Poxoréu
Na sexta-feira, 25 de fevereiro, novos membros e sócios-correspondentes tomaram posse no IHG Poxoréu.
Foi uma noite memorável e de alegria, em que novas pessoas assumiram o compromisso de manter o trabalho do instituto, que é a memória, a história, a cultura e aspectos geográficos e sociais da nossa amada Poxoréu.
Membros que tomaram posse:
Ademar Souza Silva
José Francisco Hidekazu Nakano de Souza
Suizi Ana Fernandes
Lucimara Xavier Alves
Luciane Miranda da Silva
Maria Auxiliadora Oliveira Correia
Sócios-correspondentes:
Dr. Gilliano José Mazzetto de Castro (Palmas – TO)
Prof. Walmir Correia da Silva (Vázea Grande – MT)
Comandante Michel Henrique Pereira (Rio de Janeiro – RJ)