Do que é mesmo que estão falando?

Já ouvi muita gente afirmar “que quanto mais se conhece os homens, mais se admira os cães”, como se desejasse separar a si de quem se fala ou como se não a incluísse no gênero humano, guardadas as proporções para o fenômeno; Talvez quisesse apenas emitir um ligeiro julgamento sobre a cultura social de um povo ou de uma determinada classe social, o que, em tese, não deixaria de julgar a si mesma e, é claro, que aqui ainda não estou me reportando a clássica afirmação de que, “quem desdenha, quer comprar”., cônscio de que esta seja a exceção e não a regra, em geral.

Analisando frenético cenário social, em tempos de pandemia, é visível que para muitos que estão (ou não) confinados, a COVID-19 é de longe o maior desafio ou o epicentro de suas preocupações: basta olhar os jornais, a imprensa televisiva, os grupos de watap’s, a bravata dos políticos e a comoção social que viraliza quase tudo em politica sobre qualquer posicionamento de autoridades políticas para enxergar a verdadeira epidemia social.

A COVID – 19 está cada vez mais agressiva e prenuncia dizimar milhares de vida, porém, os holofotes continuam imóveis na queda de braço dos barões do poder ou no poder, propriamente. Incompreensível nos é quando dobramos uma esquina e conversamos com 10 pessoas e, entre 6 ou 7 delas, afirmarem não gostar de política e, é uma pena não terem lido Bertolt Brecht (1898-1956); Mais ainda: fazem ávidas criticas a estes barões e continuam a votar em um deles, reféns do mesmo e tradicional jogo de poder, sendo a doença em si, o assunto quase secundário na primazia para com as pretensões do poder. Talvez por isso, Maquiavel (In: O Principe,1513) tenha sido enfático: “para entender de política, precisamos entender de gente”. Em que pese respeitar as variações culturais e o contexto de época, a máxima maquiavélica ainda é uma sentença viva em nossos tempos.

Parece até que os verdadeiros preocupados com a pandemia são os profissionais de saúde, cuja saúde, a maioria indiferente deveria realmente se preocupar, haja vista que se eles tombarem no front desta batalha, além de termos “tapa-olhos”, seríamos guiados por cegos para o mesmo precipício e reconhecida a guerra de todos contra todos, quer dizer, a ruina de todos.

Tenho falado muito de uma historieta sobre dois monges em que um deles atravessa uma mulher em seus braços sobre um rio para não molhar suas vestes e o outro caminha ao seu lado o dia todo até a noite para desentalar da garganta a irretocável advertência: _ Irmão, o senhor sabe que nós, monges, homens santos, não podemos tocar em mulheres (quanta presunção!!). Por que atravessastes aquela mulher naquele rio? E ouviu do benfeitor, com um sereno sorriso no rosto: _ Irmão, eu atravessei-a e a deixei lá do outro lado do rio. Não percebe que é tu que a carregas ate agora? Então me vem à mente um dito popular sob medida: “Quando Pedro me vem falar de João, então eu sei mais de Pedro do que João”, por conseguinte, quem diz não gostar de política….; às vezes, quem, às turras, vive a falar dos outros, termina por revelar suas próprias essências. Sabe aquela impressão que, às vezes temos, “do sujo falando do mal lavado” ou de alguém criticar “a sujeira dos lençóis da vizinha sem se dar conta da imundície de suas próprias vidraças”, bem assim!. Esta reflexão, portanto, possui dois vieses: um que se atém sobre a opacidade do ser na seara daquilo que Tomas Hobbes (In: O Leviatã, 1651) já houve constatado e outro, o selvagem jogo político, mesmo diante da eminência de morte no lascivo processo de dominadores/dominados e na cruel revelação de que “quem pode mais, chora menos” na cômoda alcateia dos donos do poder e, por isso mesmo, também, donos dos respiradores, ainda que tenham que trazê-los da China.

Guardadas as exceções, não é novidade que o oportunismo é a politica dos políticos, apesar de ainda nos surpreendermos e manter acesa a esperança de que, um dia, o ser humano valha mais do que o seu voto nas urnas, inobstante a sociedade dos espetáculos políticos e, no caso da pandemia, o secundarismo da ciência, decretado pelos falastrões de plantão.

A avidez de muitos para interpretar fatos do cotidiano acaba por revelar soldados em batalha na defesa de seus generais. Poucos discutem (no sentido de refletir) os erros ou acertos do governo no combate a Pandemia; atêm-se aos enlatados (da mídia e redes sociais) decorrentes, por exemplo, se está correto defender a economia com o relaxamento do isolamento social, como quer o Presidente Bolsonaro ou se procede a proposta da ciência que vê no isolamento, a forma mais eficiente de combate ao Corona Virus, inclusive como estratégia para não convulsionar o sistema de saúde e ter, como consequência, a verticalização de óbitos em séries ou ainda se o ministro Mandeta fora demitido por um exibicionismo exacerbado e de foro íntimo para além das armas que, efetivamente, combatesse a epidemia, com entrevistas diárias reiterando o isolamento social, sob a recomendação monocrática da OMS ou, por outro lado, se o presidente Bolsonaro foi cirúrgico ao impor limites às ações do ministro que, em razão delas se tornava um populista, com avaliações da opinião pública superiores a dele e, de agir em desacordo com as recomendações do “chefe”, que via no relaxamento social uma forma de salvar a economia, em detrimento do avanços dos casos da doença e do crescimento das mortes diárias e, na contramão das orientações da OMS. Ora, da mesma que forma que a humanidade se digladia com um inimigo invisível, muitas sociedades, entre elas a brasileira, tem aceitado os desafios para defender os barões do poder, sob o simulacro da COVID – 19. Quando dizem ser a favor do presidente, nas suas intransigências ou preciosismos do poder, na maioria das vezes, na verdade, são contra. Entretanto, tal admissibilidade, enfraquece o ideário de líder que não se deseja ou simplesmente não querem vê-lo retornar, tipo saudosismo lulista X validação do poder de plantão de natureza bolsonarista; Quase ninguém, em sã consciência e sem a ausente opacidade do ser contesta as políticas eficientes e eficazes do Ministro da saúde (Mandeta), mas admiti-las como tais significaria o enfraquecimento do chefe perante a opinião popular e se não há outra forma de melhorar sua imagem, há de se recorrer ao implacável tratamento de “manda quem pode e obedece quem tem juiz” (decepa lhe a cabeça) e assim dualiza as massas em posições distintas para se ocupar do “temporário boi de piranha” enquanto a carruagem passa planejando o próximo espetáculo, como por exemplo não ignorar o culto do AI-5 por manifestantes, em tempo de avançada democracia, sob clausula pétrea da Constituição. Quando mais “emburrecida” a massa, mais ela guerreia entre si e a forma mais eficiente de primitivismo e retrocesso é retirar dela a capacidade de pensar ou de pensar antes de agir. Para os barões do poder ela precisa apenas reagir para manter as labaredas do espetáculo.

È provável que, a juízo perfeito e equilibrado, fosse razoável debater estratégias para tratar um grande dilema de sociedade sem protagonismo temporário dos barões do poder, vez que na guerra da COVID – 19, os holofotes não estão para os políticos, mas para os estudiosos da ciência e os especialistas da economia e, neste diapasão, fosse oportuno encontrar alternativas para tolher o avanço da doença e os meios seguros para dinamizar os meios de produção sem que se precise acentuar um ou outro, conforme quer a vaidade deste ou daquele líder ou governo. Bastavam liderar o poder na correlação horizontal com outras formas de poder e, neste caso, respeitadas as exceções, o poder político seria magnânimo deixando de ser o recorte diário de escândalos para abastecer tabloides e a mídia em geral.

Quando temos inimigos políticos que se rivalizam na seara do poder, ambos (ou todos) são amigos do povo e a Nação é o epicentro de suas causas, afinal, com as devidas ressalvas, o patriotismo é o ultimo refúgio dos canalhas e, na maioria das vezes, o próprio Estado é transformado na trincheira para suas guerrilhas pessoais, alimentados pela avidez popular de quem “não gosta de política”, mas que não consegue cindir o cordão umbilical com ela. Não sem razão, o modus vivendi e operandi da sociedade está absolutamente conectado a ela, embora inúmeros cidadãos gastem frágeis argumentos para refutá-la. Quem sabe uma nova reengenharia da Àgora pudesse capacitar o ser em homens de sociedade para agigantar a sua condição de cidadão, o ser político, na coexistência social.

Os barões poder conhecem bem esta força moral das massas e, evidentemente, usa a seu favor (não todos) sobre o processo da astucia, mas igualmente danoso, sob as alfombras da continua hipocrisia. Assim se tem a hipnose coletiva de uma espécie de “aurora boreal” ao ter consciência da pandemia, mas que se mantêm “encantados” com os números da eleição passada ou nos certames do porvir, numa espécie de memória permanente. E não carece de reprovação o fenômeno, apenas que a hipocrisia, sob “um sol escaldante”, é uma peneira sururuca e, portanto, nos conduz a uma força imbecil pela ausência de consciência em si e de um senso crítico transformador de sociedade (na visão orgânica) sem que nos arrastemos para as armadilhas do personalismo em que nos convêm a defesa de interesses próprios, reféns das “forças ocultas” que dominam nosso pensar e nosso agir.

Gaudêncio Amorim: Cientista Político, Poeta, escritor e compositor filiado a União Poxorense de Escritores – UPE e atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu – MT

Homenagem aos estudantes: discurso de abertura da gincana estudantil da UESP

Meus amigos. Hoje está sendo para todos nós um dia lindo de
festividades e comemorações. Tenho certeza de uma coisa: por muitos
anos que virão, haveremos de lembrar esse dia em que a glória e o
amor à nossa querida Poxoréu conseguiu reunir neste local a grande
família estudantil de nossa cidade.

Sabemos que esse evento somente se tornou possível, em virtude do desprendimento, da garra, da disponibilidade e acima de tudo, da grande força de vontade de nossas lideranças estudantis.


Leia o Discurso na Integra:

Discurso do Prof. Izaias no encerramento de seu mandato na UPE em 1989

Excelentíssimo Senhor Doutor Ronaldo Ribeiro de Magalhães, digníssimo
presidente da mesa eleitoral nestas eleições e que também é Juiz de Direito e Juiz Eleitoral desta Comarca de Poxoréu, e que, de forma tão brilhante, soube conduzir os trabalhos, honrando-nos sobremaneira, não somente pela vossa presença neste evento, mais, mui especialmente, por havê-lo presidido em atenção ao nosso convite;


Caríssimos companheiros, salvaguardados sob a égide da bandeira
upenina na defesa da arte da cultura poxorense…


Leia o Discurso na Integra:

Bruno Marini: um dos homens do hospital

O Hospital e Maternidade São João Batista, em Poxoréu, MT, é uma dádiva de numerosas almas gentis, que abriram seus corações para a generosidade, doando uma parte de si e de seus bens, em favor daqueles que vivem nesta cidade, fossem ricos ou pobres, assistidos ou não. O Hospital, pronto-socorro do povo de Poxoréu e região, sempre foi socorrido por pessoas que agiram no espírito de Cristo, tiveram misericórdia, estenderam suas mãos e doaram. As almas generosas que se ocultam em sua memória são tantas, que poderíamos pecar por omissão ao tentar relacioná-las. E, na verdade, elas nunca fizeram questão de aparecerem. Em sua grande maioria, fazem parte daquele grupo que escondem uma mão para que esta não veja o que a outra está fazendo. Seu prazer está em servir ao próximo, em fazer o bem, em exercer a misericórdia e em diminuir a desigualdade social.

O italiano Bruno Marini é uma daquelas almas anônimas das quais falamos em nosso poema “O Homem do Hospital”. É uma alma gentil que sempre recebeu da juventude e do povo de Poxoréu, um carinho todo especial, desde 25 de julho de 1971, quando visitou Poxoréu pela primeira vez, na condição de voluntário da Operação Mato Grosso. Nascido em Bagnolo Mella, Itália, em 18/03/1948, poxorense de coração, faleceu ontem, 01/04/2020, em sua terra natal, a Itália, vitimado pela pandemia do coronavírus, confirmada hoje, 02/04/2020. Se a Itália perdeu um cidadão, Poxoréu perdeu um filho, uma alma e um coração que sempre lhe devotou um grande e profundo amor.


UPE 32 anos

E então, a UPE – União Poxorense de Escritores, fundada em 31 de março de 1988, completou 32 anos de existência.

Foram longos anos de lutas para colocar Poxoréu no mapa cultural do Brasil. Sabemos que fizemos pouco, mas temos consciência de que fizemos o que foi possível fazer no desenvolvimento de uma unidade cultural, onde cada um de nós pensava muito mais no coletivo do que no individual.

É certo que, individualmente, todos os upeninos sempre tiveram uma vasta atuação cultural nos espaços em que ocuparam. E não apenas na literatura, mas também na música, a exemplo de nossos confrades Amorésio Sousa Silva e Aurélio Miranda, cantores e compositores, que atuaram nessa área e, também, nas artes plásticas, onde sempre temos a upenina Dorileia Adriana Detoni registrando sua atuação.

Na área da produção literária, a nossa principal bandeira de luta, registramos ao longo de nossa história, a realização ininterrupta do Recital de Poesias Upenino, o qual sempre foi aguardado, ano, após ano, com muita expectativa por parte da classe estudantil, a quem o evento sempre se voltou em primeira mão.

Em 2004, realizamos a publicação coletiva de uma Antologia Poética, o primeiro livro exclusivamente upenino. Mas, também temos registrado diversas publicações individuais de nossos membros, tanto física como virtualmente.

Também realizamos um bom volume de publicações físicas do Jornal O Upenino e da Revista A Upenina. Mas, com o advento da internet, encerramos essa atividade, pelo fato de ser bastante onerosa.

Desde a fundação até o início de 2018, realizamos as audições do Programa Momento de Arte e Cultura, primeiro pela Rádio Cultura de Poxoréu e, depois, pela Rádio Sul Matogrossense. Encerramos o programa com o fim das transmissões AM pela emissora, a qual passou ao comando da Rádio Jovem Pan, com transmissões apenas em FM.

No campo virtual, desde 7 de junho de 2009, mantemos o blog www.upevirtual.blogspot.com, onde buscamos registrar de forma sumária, as principais atuações da entidade e algumas das produções upeninas.

Em 2017, tivemos uma experiência com a Rádio Upenina, uma rádio web, que desativamos em 2019. Também em 2017, começamos as publicações virtuais da Revista A Upenina. Fizemos quatro edições, sendo que a última data de dezembro de 2018.

É de se observar que, nos últimos anos, temos reduzido nossas atividades, em virtude de que a maioria dos nossos membros ativos estão com idade bastante avançada. Mas, não paramos. E não pretendemos parar com nossas atividades. Reduzimos o nosso portfólio para adequar à nossa capacidade logística. Mas continuaremos ativos enquanto isso for possível.

Estamos satisfeitos com o que fizemos até aqui, principalmente como influência positiva para a produção cultural em Poxoréu, por mais de três décadas. É provável que sejamos a entidade com o registro de atividades contínuas mais longo de toda a história local. E ainda temos muito sangue cultural circulando em nossas veias, o qual pretendemos oferecer em transfusões regulares, como incentivo às novas gerações.

E então é isso. Sabemos que todos os nossos confrades têm feito o seu melhor para que a UPE continue existindo em nosso querido município de Poxoréu. E é com um coração agradecido que cumprimentamos a cada e a cada uma pelo trabalho abnegado em defesa da arte e da cultura poxoreana, nesses 32 anos de existência da UPE – União Poxorense de Escritores.

Parabéns pelo trigésimo segundo aniversário!

Heróis anônimos também partem

Em tempos de Corona Virus, “a pausa é para o abraço, não para o amor”; Em tempos de pandemia, a pausa é também para ruminar os pesares e tristezas das perdas irreparáveis e das nuvens de negras de presságios de vindouras e inevitáveis perdas humanas.

Na noite de 01 de abril de 2020, amargamos a tristeza pela morte de Bruno Marini que passou a figurar entre as mais de 10 mil mortes na Itália, vitimas da COVID-19, quando na manhã do dia 02 fomos acordados com a noticia em primeira mão do confrade Adolfo Catalá, (e de outros que também o faziam) compartilhado no grupo de wattap do IHG : [06:04, 02/04/2020] Adolfo Catala: “É com muita tristeza que tenho que comunicar a todos o falecimento do Italiano Bruno Marini” .


Portais da história

Poxoréu nasceu como terra de oportunidades. E, com certeza, foi oportunidade para os plantadores de cidades que vieram ao seu território como garimpeiros, como bravos “soldados sem farda”, armados de peneiras, carumbés e outras armas do gênero, que penetraram em suas entranhas, desde 1924, desde João Airenas Teixeira até os dias atuais, “em busca do ouro, diamante ou xibiu”, tão decantados na “minha doce Poxoréu”, de Aurélio Miranda e que ambicionavam suas riquezas, fossem elas quais fossem.

Sim! Poxoréu foi para os garimpeiros pioneiros e seus descendentes, bem como para outros tantos desbravadores que também sonhavam com a fortuna fácil, uma terra de oportunidades. E ainda que a grande maioria não ficou rica com as riquezas minerais nela encontradas, eles formaram fileiras sem fim, de pessoas felizes que sempre consideraram Poxoréu como o melhor lugar do mundo para se viver, criar raízes, constituir famílias, criar filhos, fazer política, jogar futebol, compor e declamar poesias, ser feliz e fazer história.

É, Poxoréu! Seus verdadeiros diamantes não eram as pedras brilhantes tão cobiçadas, mas sim, os homens que se ergueram no meio daquelas pedras e construíram a sua fama, a sua saga e a sua epopeia. Joaquim Moreira, o seu príncipe poeta, estava certo ao dizer que “no meio das pedras há diamantes”, porque, verdadeiramente há e sempre haverá. E esses diamantes de Poxoréu são seus filhos e amigos ilustres que lhe dão brilho e esplendor. São aqueles que se orgulham de não apenas desfraldar por onde passam, a sua gloriosa bandeira, mas também em exaltar e proclamar a sua saudade e ansiedade de voltar para os braços aconchegantes de sua terra natal.

A linda Poxoréu, uma cidadezinha aparentemente sem graça, que brotou dos monchões e grupiaras do vale circundado pelas águas dos rios Areia, Bororo e Poxoréu, pode ser tudo, menos sem graça, pois, com seus encantos, conquistou uma plêiade de homens e mulheres, apaixonados e amantes, que se vão, mas que sempre voltam para outra vez abraçá-la e beijá-la. E para esse cenário tão rico de oportunidades, vieram tantos e tantos escritores, mas que apesar desses tantos nunca foram capazes de exaurir os seus mistérios, as suas lendas, os seus mitos e suas histórias igualmente tantas. Cada um deles veio com um talento diferenciado, mas todos puderam beber do mesmo cálice que lhes foi oferecido de forma singular pela velha musa inspiradora. E assim, letra por letra, palavra por palavra, eles vêm, ao longo do tempo, compondo e escrevendo as páginas de sua existência. E tem demonstrado que também são brilhantes aptos a fazerem parte do seu “picuá de histórias”, pois também são como os diamantes de Poxoréu, com nome, sobrenome e renome. E assim e assim, eles têm sido aceitos e recebidos. E na medida que cada um tem chegado, seja na União Poxorense de Escritores, seja no Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu, esses homens têm contribuído para trazer, a cada ano, novos registros para aumentar, ainda mais, o brilho de sua memória e de sua história.

Parabéns, Poxoréu! Parabéns aos 32 anos da União Poxorense de Escritores e aos 5 anos do Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu. Parabéns aos notáveis escritores que formam o acervo principal dessas instituições. É assim que se ama, é assim que se admira, é assim que se faz. Viva Poxoréu! E viva a cada um de seus ilustres escritores, os quais, com a firmeza e a tenacidade dos diamantes vêm lutando para se tornarem os portais de sua história. para os olhares curiosos do mundo.


Izaias Resplandes de Sousa, escritor, advogado, pedagogo e professor e Matemática é sócio-fundador da UPE – União Poxorense de Escritores e do IHG – Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu, onde ocupa a cadeira nº 7

Igatu: uma aula de história a céu aberto

A viagem que fiz à chapada diamantina (Ba) em março de 2020, chamou-me atenção a riqueza histórica e arquitetônica da Vila Igatu, é claro, sem demérito para Mucugê, Lençois, Andarai, Morro do Chapéu e tantos outros municípios, cujos raros patrimônios compõem a região da chapada.

De acordo com publicação do IPHAN, Igatu é distrito do município de Andaraí e foi tombado por este órgão em 2000. A cidade também é conhecida como Xique-Xique do Igatu (diferente da cidade de Xique-Xique , outro município baiano localizado à margem direita do Rio São Francisco que abriga um porto de grande importância para economia da região. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2019, era de 46 483 habitantes e o seu nome refere-se ao cacto xiquexique, muito comum na região) e Cidade de Pedras.


O ataque das Oropas

A história que passo a contar aconteceu há alguns anos, quando eu ainda era professor em atividade lá na Escola padre César Albisetti, em Poxoréu, MT. Aliás, tudo aconteceu exatamente no dia 19 de setembro de 2015. A diretora da escola era a professora Adjair Pereira de Miranda.

Naquele tempo havia um projeto lá na escola que consistia em realizar pelo menos uma aula de campo para cada turma. Era mais ou menos assim: Os alunos do primeiro ano faziam um passeio em um lugar mais próximo da cidade. Me lembro que um desses passeios que fizemos com eles foi na Raizinha. Já os alunos do segundo ano, iam um pouco mais longe. Naquele ano, nós os levamos em um tour pelos distritos de Jarudore, Paraíso do Leste e Aparecida do Leste. E os do terceiro ano poderiam ir ainda mais longe, às vezes em Primavera do Leste e Rondonópolis, ou até mesmo na Capital, em Cuiabá. Mas a história que eu quero contar é a que aconteceu no passeio com os primeiros anos.


Membros se reúnem para a primeira reunião de 2020

No dia 14 de fevereiro de 2020 aconteceu a primeira reunião ordinária de 2020, atendendo convocação do diretor executivo e do presidente do IHG Poxoréu, nos termos do estatuto e regimento. A pauta principal foi o planejamento das ações do ano e alinhamento das orientações quanto ao bom funcionamento do instituto.

O presidente Prof. Gaudêncio Amorim deu boas vindas aos presentes e apresentou uma avaliação das ações realizadas em 2019, considerando que todas superaram as expectativas e atingiram os objetivos propostos. “Cumprimos com nosso papel institucional e disponibilizamos à sociedade serviços de excelência, como a Revista IHG, o projeto de resgate da Folia de Reis, o museu do garimpeiro, entre outros” – destacou o presidente.

Outra pauta discutida foi a revisão dos patronos, com a proposta de inclusão de novos patronos apresentada pela confrade Lena Guedes, cuja plenária decidiu em ampliar o número de membros de forma ilimitada. Assim, novos patronos serão inclusos e outros podem ser revisados para que seja mantidos os grandes nomes da história da nossa Poxoréu como patronos do IHG Poxoréu.

Foi apresentado pelos confrades Agnaldo Luz e Antônio Nival o novo site do IHG Poxoréu, com layout mais moderno e didático, com destaque para as páginas individuais dos membros, que tem a biografia do membro e do patrono, as publicações realizadas, como artigos, biografias e outros. Antônio Nival destacou algumas orientações para melhor desempenho das publicações e seus fluxos, além da forma de envio dos arquivos para serem publicados. Todas as publicações no site serão compartilhadas nas redes sociais para ganhar mais engajamento e audiência para o site.

Outra orientação dada pela confrade Profª Leda é sobre o grupo de WhatsApp do instituto, que deve ser melhor usado para manifestação de opiniões sobre os assuntos discutidos, para a pesquisa de fatos históricos, entre outros. “Sempre estou instigando os participantes sobre temas que desenvolvo pesquisa e fico agradecida com todas as informações fornecidas, assim que acho que podemos melhorar essa poderosa ferramenta de pesquisa e informação” – disse a professora.

A vice-presidente, confrade Sandra Sol, apresentou a proposta de inclusão de novos membros, cujas pessoas tem participação de destaque na nossa sociedade, sempre presentes em ações do IHG Poxoréu, líderes que alguns seguimentos, que na sua visão pode contribuir bastante com os ideais do instituto. A proposta foi aprovada e os nomes serão encaminhados para a comissão de análise de novos membros para melhor desenvolver a proposta e a formulação dos convites.

Por fim, foram discutidos dois assuntos: a Revista IHG Poxoréu 2020 em que já está preparando a linha editorial e o recebimento das propostas de artigos a serem produzidos pelos membros, além do levantamento de valores para começar a comercializar os espaços publicitários; a revitalização do Diamante Clube Sociedade Recreativa, em que a confrade Lena Guedes apresentou um cenário que como se encontra a situação da instituição, a documentação que estava em seus poderes e as ações por ela desenvolvida. Foi aprovado a recepção desses documentos, a criação de uma comissão para avaliar a situação e os caminhos que devem percorrer para regularizar a situação jurídica e as ações a serem executadas para revitalizar o clube.