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Segundo o filósofo alemão Goethe, “o nome de um homem é como a pele que cresceu junto com ele e não pode ser arrancado sem causar dor”. O nome é o que identifica que nos distingue das outras pessoas e representa a nossa reputação, ou seja, tudo de bom ou ruim que há em nós. O nome é tão importante que os indígenas costumam dar aos seus filhos nomes bonitos e imponentes esperando que tenham influência direta na vida deles.
Os sobrenomes, também fazem esse papel e surgiram na baixa Idade Média para identificar as pessoas do povo. Anteriormente só eram utilizados pelos reis e nobres. Com a grande explosão demográfica, para buscar diferenciação, passaram adotar as mais variadas denominações: do pai (patronímico), do lugar de origem (toponímico), do ofício, plantas, animais, características físicas, entre os mais comuns.
Altino Matos da Silva nasceu em 13/12/1917 na cidade de Angical, interior da Bahia, filho de Avelino Pereira da Silva e Emília Matos da Silva. De acordo com relatos da filha Emília, seu Altino saiu de sua cidade natal com 17 anos junto com uns primos mais velhos que ele, às escondido dos seus pais. Vieram a pé, viajaram 52 dias até a cidade de Tesouro- MT. No ano de 1934, Altino e os primos chegaram em Poxoréu, local onde viveu a maior parte de sua vida. Senhor Altino teve 14 irmãos. A filha Emília disse ter conhecido apenas aqueles que moravam em Rondonópolis: Dona Ana, Dona Bela, Dona Losa, Dona Amazila, Seu Salustiano e Seu Adelino.
Nasceu em Cuiabá, no dia 21 de março de 1899, filho de Pedro André de Britto e dona Maria Sabina de Britto. Seu pai era baiano e a mãe era cuiabana, seu avô paterno veio da distante e legendária África, estabelecendo-se na Bahia. Amarílio era o primogênito de uma prole formada por dez filhos, a saber: Cacilda, gêmea de Silvino, que faleceu ainda criança; Joana, Sebastiana (dona Batiquinha), Balbina, Benedito, Maria , Conrado e a caçula , Andrelina, conhecida por Dely. Quem seguiu a mesma profissão de senhor Amarílio, foi o irmão Conrado.
Anibal Rodrigues Setúbal era esposo de Dona Dizinha, moravam na rua Mato Grosso, em frente à Praça da Liberdade, abaixo do atual Mercado Tapioca. De acordo com relatos de professora Mundica(2020), dona Dizinha era mulher elegante e ditava a moda para as mulheres de Poxoréu, isto é, ela informava o que se estava usando no Rio de Janeiro e de lá trazia as revistas CRUZEIRO e outras com informações da capital brasileira e fotos de mulheres bem vestidas, trazia também roupas e objetos da moda. Anos depois, década de 50 eles se mudaram de vez para o rio de Janeiro.
Natural de Oliveira dos Brejinhos-BA, nasceu em 01/09/1901, filho de: Possidônio Fernandes Farias e dona Maria Rita Borges. Arthur, a exemplo de inúmeros baianos, veio da Bahia a cavalo, junto com outros companheiros, foram vários meses de viagem, passando pelo estado de Goiás, até chegar ao tão sonhado garimpo de Poxoréu, no início da década de 20. Aqui chegando, se dedicou ao trabalho de garimpeiro na região do Alto Coité.
Natural de Serra Dourada – BA, nasceu em 25/11/1926. Filho de Felipe Rodrigues da Silva e dona Cassiana Pereira de Souza. Tinha por irmãos: João Rodrigues da Silva, Francisco Rodrigues da Silva, Norberto Rodrigues da Silva (Nôca), Simão Rodrigues da Silva, Belmiro Rodrigues da Silva, Davina Rodrigues da Silva, Maria Rodrigues da Silva, Teonília Rodrigues da Silva e Ana Rodrigues da Silva. Senhor Felipe tinha uma pequena propriedade, e nela trabalhava com os filhos. Lá se plantava roça, e cultivavam de tudo um pouco, principalmente cana, suficiente para movimentar o engenho, no qual se produziam rapadura e melado.
A sociedade é uma paisagem em continua construção, bem distante do mundo ideal e próximo da historieta que, “consertando o homem, consertar-se-ia o mundo” e, mesmo assim, continuar-se-ia a viver da permanente utopia, já que o ser humano é uma construção imperfeita (ou que assim se torna) podendo melhorar ou piorar, a depender de um conjunto de variáveis, entre elas, do meio social, dos valores, da economia, da cultura, do estágio do processo civilizatório, dentre outras.
Neste cenário, marcado pela dinâmica do devir, as relações sociais gravitam-se, entre os homens num eterno processo de instabilidades, a subsistir de conflitos, reclamações e contrariedades, em dadas circunstâncias, a castrar-se o âmago do próximo, por sentimento ou afinidades. Todavia, este é o cenário real das relações contratadas permanentemente no tecido social, a começar pela relação pais/filhos; entre os casais, nas relações comunitárias, de trabalho, de estudos e pesquisas para não falar de extremos como futebol, religião e política, bifurcados em legiões de técnicos irretocáveis, de semi deuses e de absolutos “imperadores do sol” pelo mundo a fora. Em função da própria imperfeição humana, este cenário é uma realidade dada, cuja mutação depende sempre do devir. Porém, as relações comuns (ou mais comuns) podem ser melhoradas, a partir das escolhas e da fuga da vitimização, normalmente, de costume.
Partindo da premissa de que “ninguém muda ninguém”, no máximo, podemos motivá-lo, as pessoas se relacionam umas com as outras, alicerçadas em suas crenças e, não raras vezes, em suas necessidades e, por mais que as seduzimos, suas relações para com os outros, são quase sempre, escolhas pessoais, que apesar de muitas dessas se tornarem insalubres, os polos (ou apenas um deles) acumulam resistências na zona de conforto ou ainda se acentuam em fragilidades, como a cultura do medo da solidão, da dependência financeira, entre outros com clara escolha pelo sofrimento, privação da liberdade e do bem estar. O resultado dessas relações pode ser a infelicidade, embora seus atores defendem o contrário através de conceitos insofismáveis, preferindo a aparência à essência.
Neste particular, observando as alfombras do tecido social, qualquer um, mesmo o mais desatento dos homens vai perceber relações imperfeitas e as mais diversas como o amor por dependência; sustentada pelo medo, nas suas várias formas; na concorrência desleal entre ambos; hierarquizada pelo domínio de um sobre o outro; na exibição do outro como troféu para satisfação do “eu narcisístico” ou ainda em relações alicerçadas em desvalores, como a inveja e o ciúme doentio. Estas, sem diminuir outras mais “invisíveis”, são poeiras em constantes erupções a se figurarem em permanentes redemoinhos, como se fossem características imanentes de determinadas pessoas que, por si, não se dão conta da patologia social e do grau da enfermidade a ser tratada, às vezes, defendendo seu estado doentio, como absoluto estado de normalidade num processo de absoluta naturalização patológica, inconsciente ou não.
As pessoas contraem relações desejosas de alcançar seus sonhos e a satisfação pessoal, sem imaginar que no decorrer das interações sociais, o produto de suas escolhas viesse a se constituir em zonas perigosas e insalubres e, quando as deparam “com o eminente precipício” que as esperam, não dá para falar em “escolhas” como se fosse fácil, primeiro porque não há como voltar atrás, segundo, que também não é fácil escolher “sob pressão”, carregando o peso da frustração e sem alternativas naturais e espontâneas, com marcas letais e profundas na ruptura do sonho tão desejado, agora materializado em dores, culpas e ressentimentos, daí que, pra muitos, convêm tolerar e suportar do que aceitar a cisão estanque da relação, correndo o risco de não fazer aqui a leitura ideal deste fenômeno, mas tão somente a leitura possível. O que arrisco afirmar não é que as pessoas se radicalizem diante do cenário revelado, pois se fosse tão fácil, ninguém aceitaria a infelicidade e a “receita do sofrimento” como estilos de vida, mas que elas admitam aceitar que as escolhas não se revelaram no resultado que desejaram, avaliando a relação sem se culpar a si e o outro e, convictas deste estágio, possam administrar estratégias de rupturas, habilitando-se a outras relações que atendam seus projetos de vida, sem polarizar a relação passada em infortúnios ou extremos, dualizados pelo amor e o ódio, mas apenas num projeto que não deu certo, migrando-se para o estágio da consciência e do empoderamento.
Em qualquer situação vivida nas relações imperfeitas protagonizadas pelos homens é preciso fazer uso de um saber, mas principalmente “um saber-fazer” capaz de superar os excessos, a exploração, a expropriação, a indiferença de um sobre o outro à razão do equilíbrio e do meio termo como condição à tomada de decisão para descontinuidade da relação. É preciso saber-fazer, sobretudo porque não se tem como apagar os momentos felizes e tão bons de uma boa relação que ficou tão ruim, agarrando-se apenas na ponta que ficou insustentável. Não é possível deletar apenas a parte ruim da relação; é possível escolher não continuar com a parte que ficou tão ruim.
É provável que as pessoas que assim o fizerem passarão gradualmente a serem alimentadas pelo próprio brilho que as mantêm cativas do seu amor próprio e motivadas a viverem para serem felizes e a fazerem felizes aqueles que sonharem o mesmo sonho, alimentando-se um na fortaleza do outro, sem hierarquizar papéis, apenas atores e construtores de uma relação saudável. Isto não fará deles seres perfeitos, mas seres humanos melhores. Nunca é demais lembrar que a tolerância e o amor são qualidades apenas dos vencedores e fortes, que os tornam melhores e faz melhor o mundo que os cercam, a cada novo dia.
Gaudêncio Filho Rosa de Amorim: Poeta, escritor e compositor filiado a União Poxorense de Escritores – UPE e ao Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu – MT, autor do livro Prefeitos de Poxoréu, Biografia (2016) entre outros
O bairro Areia, já nasceu abençoado, assim disseram alguns que nasceram, moraram, foram embora, mas que ainda se recordam com saudades o que vivenciaram ali. Bairro de gente simples, local onde se sentiam felizes e tinham prazer em contar “causos” nas noites enluaradas. Cadeiras nas calçadas, ouvidos atentos, olhos rápidos para acompanharem o vai e vem de pessoas indo para o banho de rio, as latas d’água na cabeça e uma ideia fixa, a de que o bairro Areia é um lugar em que a vida passa mansa, devagar e de uma calmaria que toda mãe busca para ciar os filhos. Um povo agraciado com rio de águas límpidas, frescas, refrescantes e calmas.
Os bichos são muito sábios e posso provar, pois em Poxoréu havia uma ave que além das várias estripulias, ainda falava muito. Vinha gente de outros bairros para ver a papagaiada dessa avezinha.
Estou falando do papagaio de Tia Branquinha. Tia Branquinha morava na rua Tancredo Neves, bem no final dela, do lado esquerdo, saindo para o Cemitério Municipal. Tia Branquinha era mãe de Jeová e da Dita enfermeira. Ela era dona de um papagaio muito esperto, que ficava sobre o telhado e gostava de xingar as pessoas. O papagaio gostava de toda a vizinhança, mas o amor maior era dedicado à Dona Preta.
Um dia roubaram o papagaio e tia Branquinha ficou triste, desesperada e se pôs a procurar pelo fujão. Alguém falou para ela que o papagaio estava numa determinada casa. Lá foi tia Branquinha. Quando chegou na casa ela perguntou se o papagaio estava lá e lhe disseram que não. Havia um papagaio todo pelado. Roubaram a ave e arrancaram-lhes as penas para que a dona não o conhecesse. Que bobeira! O papagaio escutou a voz de tia Branquinha e lá de dentro gritou:
-Branquinha, você veio me buscar?
Esse papagaio ficava sempre na porta da casa de tia Branquinha e ali ouvia todas as conversas. Certo dia, ouviu dizer que uma senhora da rua era muito fofoqueira. Determinado dia essa senhora foi à casa de tia Branquinha, ao avistar a dona que se aproximava, o papagaio gritou:
-Corre Branquinha, se esconde que a fofoqueira tá chegando!!
Tia Branquinha ficou morta de vergonha. Não sabia onde enfiar o rosto.
Tia Branquinha dizia ao louro:
– Louro, não é ela a fofoqueira. Você ouviu errado. Mas o papagaio só repetia: É a fofoqueira sim.
O papagaio amava gemada, e tia Branquinha fazia todos os dias para ele. Mamãe também gostava de gemada, disse Sônia. Quando mamãe ia na casa de tia Branquinha, ela oferecia gemada para mamãe. Esse papagaio virava um bicho. Xingava mamãe tudo e dizia lhe:
Odete sua…..está comendo minha gemada. Esse papagaio era impressionante!
O dia em que o marido de tia Branquinha morreu, a casa ficou cheia de gente e o papagaio rodopiava e gritava:
– Não durmo aquiiii! Não durmo aquiii. Tô com medo. Tiveram que tirar o papagaio de lá e levá-lo para outra casa.
Outra vez, disse Sônia, eu lecionava na Escola Pe. César. Estava trabalhando o tema “Aves”, falei aos meus alunos sobre o tal papagaio e lhes perguntei se desejavam conhecê-lo. Todos se interessaram. Quando chegamos lá, o papagaio estava encima do telhado. Quando nos avistou desceu e foi pousar no ombro de tia Branquinha. Nós fizemos um semicírculo e ele olhou de um lado, olhou de outro e com ares de assustado perguntou:
– Quem morreu? Imaginem vocês a cena de espanto e de admiração. Um papagaio falastrão, irônico e cheio de papagaiada.
Leda Figueiredo Rocha do Lago, professora, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu, MT
Enquanto milhares de pessoas gritam nas ruas para defender essa causa pelo mundo afora, eu vou gritar escrevendo, mas sem a presunção de ultimar o debate.
Longe de ser um passado sombrio e execrável e uma das abominações do comportamento humano, absolutamente inaceitável, a questão racial é um borrão difícil de apagar na nossa história e, principalmente, difícil de ser superado, apresar das leis e protestos pelo mundo a fora para combatê-la, cuja visibilidade é sempre reacesa em fenômenos que reprisam o mesmo filme em espaços sociais distintos e em circunstâncias políticas e contextos sempre discutíveis.
Gaudêncio Filho Rosa de Amorim: Poeta, escritor e compositor filiado a União Poxorense de Escritores – UPE e ao Instituto Histórico e Geográfico de Poxoréu – MT, autor do livro Prefeitos de Poxoréu, Biografia (2016) entre outros
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