A história da mineração no Brasil como atividade socioeconômica começa no século XVII, com as expedições chamadas entradas e bandeiras que vasculharam o interior do território em busca de metais valiosos (ouro, prata, cobre) e pedras preciosas (diamantes, esmeraldas). Já no início do século XVIII (entre 1709 e 1720) estas foram achadas no interior da Capitania de São Paulo (Planalto Central e Montanhas Alterosas), nas áreas que depois foram desmembradas como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Antes de falar do comércio de diamantes, cabe aqui destacar a origem, significado alguns mistérios que envolvem a palavra DIAMANTE – este sonho de muitas moças vem do Grego diamas, alteração de adamas, formado por a-, partícula negativa, com damaein, “domar”. Como o diamante é uma pedra que não pode ser cortada por nenhuma outra, os gregos diziam que ele era “INDOMÁVEL”, “INVENCÍVEL”.
No século quatorze, na França, acreditava-se que um diamante aplicado à testa de uma pessoa que sofresse das faculdades mentais a curaria. Ah, se fosse assim, por aqui não teríamos nenhum problema mental. Outro uso do diamante nessa época era para revelar a infidelidade de uma esposa. Um diamante colocado sob o travesseiro dela faria esse efeito. Segundo o folclore, o processo não adiantava para os maridos. Uma tradição mais duradoura é de que o diamante é a pedra usada para manter laços amorosos firmes e longos.
Retornando ao comércio das pedras preciosas, registros narram, que os primeiros diamantes no Brasil foram encontrados por volta de 1729 na região do rio Jequitinhonha, tendo logo despertado a atenção da Coroa Portuguesa. A primeira legislação visando regulamentar a sua exploração foi o Regimento dos Superintendentes e Guardas-mores das Terras Minerais, comum a toda a região. Esse regulamento genérico despertou viva resistência entre os mineradores e, em termos fiscais, mostrou-se ineficaz com relação aos diamantes, cujas características (pequenas dimensões e elevado valor) incentivavam a sua ocultação e contrabando.
Essa intensa busca pelo indomável e valioso mineral despertou o interesse de muitos homens que sonhavam ficar ricos. Então, eles passaram a conhecer os garimpos, a conversar com os trabalhadores e com o dono da lavra diamantífera. Alguns, por ser filhos de pais que garimpavam, já possuíam mais traquejo e um pouco de conhecimento sobre a tão cobiçada pedra, outros se embrenhavam no sertão em busca de poder e muita riqueza e se não tivessem tino comercial, com certeza aprenderiam logo, logo. A notícia de que o diamante tinha alto valor, corria o mundo afora, e com isso, a cobiça e o desejo de se tornarem mais um afortunado, também se estendiam de Norte a Sul do país e do mundo.
Começa mais ou menos assim, a história de muitos homens que viveram em Poxoréu ou que passaram pelo município para comprar ou vender diamantes – os diamantários.
Em todo município, há homens que contribuem com ele de uma forma ou de outra, em Poxoréu, dentre os vários que contribuíram para nosso desenvolvimento, para o engrandecimento de nossa história, estão os diamantários, homens que se dedicavam à compra ou à venda de diamantes.
Sabemos que o homem é um curioso por natureza, é um desbravador, tem instinto comercial forte e decidido, um aventureiro e incansável viajante. Foi assim, por dinheiro, pela ambição de enriquecer rapidamente, pelo brilho inebriante e mágico que saíam do diamante, pelo prazer de encher o bolso e os picuás com o valioso mineral, e principalmente, em ajudar a sustentar a própria família, que os vários diamantários que moram, viveram ou passaram pela nossa Poxoréu, entraram para o mundo comercial. Comercializar era agora a nova profissão desses homens. Sendo assim, conhecer mais sobre a vida deles, desses homens tão bravios, destemidos, persistentes e que colaboraram com nosso município, é de fundamental importância. Todavia, esse trabalho, não se esgota aqui, uma vez que muitas pessoas por aqui passaram e se foram, deixando poucos ou quase nenhum documento, que possibilitasse fazer um registro mais fiel sobre todos. Com certeza, outros poderão complementar, atualizar dados
sobre homens tão valorosos.