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Maria Letícia Nunes Gomes

Maria Letícia Nunes Gomes

Filha de: José Nunes da Mata e Ana Oliveira Nunes, natural de Barreiras –BA, nascida em 11/02/1936. Avós maternos: Antônio Ferreira Campos e Isabel de Oliveira; avós paternos: Inocêncio e Angélica .Letícia veio para Mato Grosso com 03 anos. Os avós vieram na frente, junto a várias outras famílias. Lá na Bahia eles tinham engenho de cana, faziam melado, rapadura e cachaça tinham também a oficina de farinha. Lazara, foi nome escolhido por Dona Ana para por na filha quando nasceu. Todavia, sua avó Isabel disse que o nome de ofício dela era Maria Letícia e exigiu que Dona Ana pusesse esse nome. Disse ainda que ela seria uma mulher forte , mas não morreria velha, iria ser chamada por Deus ainda forte.A avó Isabel também era benzedeira e ficou morando em Goiânia, lá tem uma rua que moram quase que somente pessoas da família. Avó Isabel era apegada a todos os netos, mas Isolina era a neta predileta, a neta do coração, como ela mesma dizia

Dona Letícia disse que a mãe sempre usava remédios naturais que evitava tomar medicamentos industrializados. Até porque ela tinha vasto conhecimento do poder de cura das plantas. Assim sendo, a menina Letícia foi criada com o uso de plantas medicinais. Plantas como quitoco, arruda, algodãozinho, hortelã e mentrasto são muito utilizadas por Dona Letícia, que aprendeu com a mãe a valorizar os conhecimentos da sabedoria popular na utilização de plantas que curam.

Os familiares da mãe de Letícia eram de bom poder aquisitivo e não queriam que ela ; Ana , mãe de Letícia viesse para Mato Grosso. Como não conseguiram convencê –la , quando chegaram em Goiás, passaram três dias em Trindade-GO para que os animais descansassem e foram para Santa Luzia –GO, Senhor Jorge , irmão de Dona Ana. Mãe de Letícia, conseguiu convencê-los a morar em Goiás, onde ficaram por dois anos, residiram então em Santa Luzia, perto de Goiânia., lá Jorge arrumou lugar para os pais de Letícia plantarem roça e escola para os sobrinhos estudarem. Porém, dois depois José que não havia desistido do sonho de vir para Mato Grosso, comunicou aos familiares da esposa que estaria partindo. Então, Sr. Jorge deu –lhe dinheiro e dois bons cavalos arriados pra que ele seguir viagem mais tranquilo.

Três meses depois de saírem de Goiás, a família chegou em Guiratinga – MT, no começo da noite. Quando viajavam sempre cuidavam para que os pousos fossem em locais seguros e com água. Assim sendo, viajaram até escurecer em busca de local que tivesse água.Moraram em Guiratinga por menos de uma ano, apesar de Dona Ana querer continuar residindo por lá, mas senhor José decidiu vir para a região de Poxoréu. Bizeca ,era amigo dos pais de Letícia. Quando tomou conhecimento que ele estava em Goiás foi lá buscar a a família e trouxe para Mato Grosso.

Nercino, tio de Letícia foi em Guiratinga e buscou toda a família para Poxoréu, para a região do Fundão, onde o avô Inocêncio possuía propriedade, criou gado e tocou roça e formou fazendas. Quando chegaram lá a terra era virgem, tiveram que desbravar , isto é, derrubar a

machado, roçar , queimar , encoivarar para plantar as roças, depois plantar capim e fazer cerca, estradas e casas.

A família do esposo Artur veio com um primo e se residiram em Guiratinga- MT e foram trabalhar no garimpo. A família de Artur ficou na Bahia e mantinham contato com os familiares através de cartas. Mas, não voltou lá para rever os familiares.

Dona Letícia casou se com Artur Pereira Gomes, natural de Santana dos Brejos-BA, nascido em 03/11/1924, filho de Francisco Manoel Gomes e Francisca Pereira Campos.No dia do casamento de Minervina , irmã de Letícia, houve uma grande festa. O casamento ocorreu à tarde. De repente, Letícia avistou um jovem bonito, bem vestido, era Artur, por quem sentiu atração à primeira vista. Mesmo contrariando os pais, Letícia começou a namorar com Artur. Depois de dois anos os pais de Letícia autorizaram o namoro. Depois de cinco anos de namoro eles se casaram, em 11/01/1952. Artur comprou terra próximo O Senhor Chiquinho esposo de Minervina, ou seja cunhado de Letícia.

Artur era muito amigo de Menino Velho. Quando jovem estavam sempre juntos. Trabalhavam no garimpo. No dia do casamento de Artur e Letícia Menino Velho chorou. Provavelmente receoso de que não fosse mais contar com a presença do amigo Artur como contava antes, nas festas, no trabalho e nas viagens. Certamente imaginou que o amigo iria se afastar dele. O que não ocorreu, tanto é prova que a convivência entre eles continuou que se tornaram compadre por três vezes. Antes de falecer, Artur recebeu a visita de todos os filhos, netos e bisnetos, bem como de parentes e amigos. Ele parecia sentir que a morte estava se aproximando. Pois, naqueles dias conversou tanto e contou inúmeras histórias, mais do que era de costume. Dona Letícia disse que atualmente sente que ela não viverá por muito tempo, seu dia está para chegar. Disse se sentir uma mulher realizada, com os filhos criados que a amam e a respeitam. Falou que após a morte do esposo ela imaginou que não fosse aguentar e que fosse ficar fraca da cabeça. Porém, hoje sente que ele mesmo depois de morto continua ao lado dela e está a confortá la.( abaixo foto de Artur, Letícia e Padre Pedro- Bodas de Ouro do casal)

Um determinado 13 de junho ficou marcado na memória da família, época em que já moravam em Jarudore , mas naquele dia estavam na fazenda, fazendo rapadura. Havia uma reza de Santo Antônio na casa de Seu Agripino e Valdete insistiu com os pais para leva la. Porém, eles disseram lhe que não iria porque ela estava com febre muito alta. Iriam limpar as coisas e voltar para Jarudore. Tinham trabalhado todo o dia anterior na beira dos tachos preparando o tão apreciado doce e no dia seguinte, Valdete e Francisco) foram lavar os tachos, Valdete não se sentiu bem, disse estar meio tonta, voltou então para casa e quando chegou próximo à fornalha apoiou se na mesma para passar aquele mal estar. Quando de repente piorou e caiu dentro da fornalha ainda com as brasas em chamas. O irmão Francisco saiu correndo e socorreu a irmã que estava muito queimada, arrancando a pele do corpo. Como

relata Ana, sua irmã, Valdete foi deitada no carro de boi, acompanhada pelos irmãos Francisco e Ana. O pai Artur conduzia o carro e Dona Letícia foi montada num cavalo, levando Maria, a filha caçula. Os irmão perguntavam a todo momento para Valdete como ela estava e tentavam consolar a mesma. Quando chegaram em Jarudore, imediatamente pediram socorro ao farmacêutico Sr. João Sinval que a partir daquele momento deu total atenção à menina, inclusive ia visita la e levar novos medicamentos, para que Dona Valdira Araújo Rocha, madrinha de Valdete fizesse os curativos. O pai forrou a cama de Valdete com folhas de bananeira e passavam a noite cobrindo a com um lençol suspenso para não grudar lhe no corpo, tamanho era o grau das queimaduras. Certo dia foram vencidos pelo sono e deixaram o lençol tocar lhe a pele. Meu Deus quanto sofrimento, quando puxaram o lençol a pele saiu grudada. Valdira limpava os ferimentos passando pena de galinha para não ferir mais. Um dos remédios usados naquele período, além das pomadas, é claro, ASAFÉTIDA, esse era um remédio para tudo.

Sempre recomenda os filhos a manterem se unidos, viverem em paz. A união é uma riqueza. Por isso, procura mantê los unidos até os maridos dos netos e netas.Falou que muitos casais a procuram para pedir oração pelo matrimônio, pelos filhos e pela felicidade da família. Disse que sempre foi sincera com as pessoas que a procuravam, nunca falou apenas para agradar, falava o que ela via ou sentia e orientava as pessoas.Ensinou que nunca se deve varrer a casa logo após o marido dela sair. Assim fazendo a esposa estará jogando seu marido fora. Falou também que não se limpa a casa após uma festa ou a visita de pessoas queridas. Deve se fazer isso no outro dia, para manter a amizade, a sorte e a alegria, proporcionada pela visita e pela festa.

Disse que as mulheres são as principais responsáveis pela felicidade conjugal num relacionamento. Portanto, devem agir com sabedoria, não bater boca com o marido, ser obediente a ele, cuidar das coisas de casa e da alimentação e dar lhe muito carinho. Trem que gosta de carinho é homem. Por isso, quando sentir que algo está em desconforto, reze, se arrume e evite discussões. Homem não gosta de ficar em casa quando a mulher fica cobrando e criticando seus atos. Assim, ele vai se afastar dela. Afirmou categoricamente que a mulher que puser em prática o que ela falou, terá marido para toda vida. Segundo ela, sua mãe lhe disse que a boa filha será boa esposa, e o bom filho será bom marido. Os pais de hoje que xingam os filhos não irão colher boa coisa, quando amaldiçoam a própria criação.

Enquanto morou no Fundão, a família trabalhava sempre unida. Todos os filhos foram criados aprendendo a trabalhar, dar valor ao trabalho, à vida e a respeitar os outros. Lá no Fundão plantavam mandioca, cana e tinham roça de arroz, feijão e milho. Tinha engenho, onde se moía a cana, fazia garapa , melado e rapadura. Também tinha a oficina de farinha. O arroz era socado no pilão à mão, depois passou a ser socado no monjolo. O trabalho era coletivo, todos da família ajudavam nos serviços de casa, da roça e na lida com os animais. Da terra se retirava o sustento da família

No ano de 1968 a família mudou se para Jarudore, a fim de que os filhos pudessem dar continuidade aos estudos. Todavia, não desfizeram da propriedade, dali se retirava o sustento da família.Em 1975 , mudaram para Poxoréu, foram morar na Vila Santa Terezinha, perto das irmãs Isolina, Adilina e Anita. Da união de Letícia com Artur, nasceram dez filhos, todos de parto normal. Todavia, só foi possível criar cinco: Lourival, Francisco, Valdete, Ana e

Maria.Esses filhos lhes deram lindos e maravilhosos netos e bisnetos. Louvival e Marcelina , pais de Lindinalva, Reinaldo,Edvaldo e Edvan; que lhes deram os bisnetos: Reinan, Ana Beatriz,Ryan Eduardo.Francisco e Maria José, tiveram os filhos: Patrícia, Alisson e Francielly, que lhes deu o bisneto: Erick Matheus. Valde e Adalto teve a filha Ziziane Suhelen que lhes deu os bisnetos: Geovana e Davi.

Letícia mora na rua Maceió, Jardim Poxoréu, em frente à casa da filha Valdete , ao lado de Valdete fica a casa do filho Francisco e na mesma rua , duas quadras antes está a casa da filha Ana, nessa mesma rua mora a neta Suellem. Letícia recebe visitas diárias dos parentes e amigos. Portanto, vive cercada de cuidados e carinhos.

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