Chega ao fim o projeto Folia de Reis

No ultimo dia 18 de janeiro de 2020, chegou ao fim o projeto Folia de Reis executado pelo IHG, a Paróquia São João Batista e a Secretaria de Assistência Social e dezenas de parceiros com a realização de Sarau Cultural na Quadra da Escola da Poxoréu (musica, poesia, palestra, piadas, forrós e toadas de reis), Procissões a Santos Reis (saindo da igreja matriz e da Comunidade Nossa Senhora do Carmo, na Vila Irantinópolis), Missa Sertaneja, na Igreja de Santos Reis (com mais de 500 pessoas) e um Show com Isabela, Pâmela da Viola & Carol e a atração da Noite, a banda cuiabana “Amigos da Viola” (Bigode, Claudinho, Renato Braga e Lingeirinho).

O projeto Folia de Reis teve como objetivos o resgate das memórias de algumas folias de Reis, tradicionais na história de Poxoréu, desde a raizinha no final dos anos 30, conforme restaram publicadas nas páginas da Regista do IHG, 2019; o incentivo a revitalização e preservação da tradição e o fortalecimento da fé.

O planejamento começou no final de 2018 e passou por três etapas: a primeira, em janeiro de 2019, com a procissão com a companhia de reis do Milton (Alameda Monchão Dourado) em cujo trajeto foram lidas e explicadas as principais companhias de Poxoréu e a missa na Igreja de Santos Reis; a segunda etapa tornou-se mais sofisticada com entrada em cena da Assistência Social do município e a participação de duas companhias de reis de Dom Aquino: A Cia da boa semente e a Cia. Do Maurão, com o processo realizado no mês de abril através de palestras, procissões e a Missa na Igreja de Santos Reis na Vila Cruzeiro e a 3ª etapa, mais complexas e que demandou maior planejamento em função da maior participação de instituições sociais e da própria sociedade, a qual, começou pela mobilização das companhias nos municípios adjacentes: Dom Aquino, Juscimeira, Tesouro, Rondonópolis, Guiratinga e outros, os quais, em função das dificuldades que encontraram, restaram de uma diminuta participação em pese os anseios para se fazerem presente, todavia, sem ofuscar o brilhantismo do resultado alcançado. As discussões começaram em novembro de 2019 com a realinhação do projeto e a definição dos parceiros.

A 3ª etapa não pôde ser realizada no dia de santos reis, em Janeiro de 2020, acontecendo no dia 18 de janeiro, cuja data ficou marcada pelo trabalho em equipe dos membros do IHG e da Paróquia São João Batista com a recepção ao visitantes com um suculento Café da manhã; a parceria do IHG com artistas locais e regionais que resultou na execução de um importante Sarau na quadra da Escola Estadual Poxoréu, tendo para tanto o apoio da Irmã Maria Estela Marques e de artistas locais; o almoço em parceria da paróquia com a Secretaria de assistência social; as procissões com a comunidade em parceria com a Comitiva de Reis do Sr. Milton (Alameda M. Dourado) e da Cia. Da Boa Semente (Dom Aquino) que teve recepção calorosa com o ritual da tradição nos arcos da igreja Santos Reis na Vila Cruzeiro com a participação de quase 500 pessoas em mais uma celebração de gala do Pe. Alexandre Umbelino Pereira proferindo uma das mais importantes homilias sobre o tema, a ponto de o Prof. João de Souza reconhecer o programa de Rádio (“Picuá de Histórias”-19/01/2020) “que se o projeto ainda não gerou frutos efetivos, serviu para dar vida a efetiva celebração de Santos Reis numa igreja da qual é patrono e única no Estado de Mato Grosso, segundo o próprio pároco. Depois seguiu a um memorável Show com Isabela, Pâmela da Viola & Carol e Os amigos da Viola de Cuiabá com os clássicos da musica sertaneja raiz, com o apoio irrestrito da . Velenice Dias de Almeida, sócia correspondente do IHG em Cuiabá.

A execução do projeto coube ao IHG, a Paróquia São João Batista e a Assistência Social do município, mas contou com parcerias importantes, entre elas, do Prefeito Nelson Paim, do presidente da Câmara, Vereador Agnaldo Alves da Silva e a expressiva participação do Vereador Edson Pereira Figueiredo; da Prefeitura de Dom Aquino, das Águas Puríssimas de Dom Aquino, da Secretaria de Turismo e Cultura e de dezenas de colaboradores. Destaque especial para dona Maria de Lourdes Souza Campos pela acolhida e a recepção em sua casa, na vila cruzeiro, para as reuniões da Comissão Organizadora e para refeições aos visitantes. Foi um projeto memorável. E a sementes ficaram, efetivamente plantadas.

Ivaldina de Souza Alves: uma história de tragédias e superação

Ivaldina de Souza Alves, com linhas de aço e tecido de ferro descortinou a colcha de retalho que a fez protagonista de maior referência da ilustre família que construiu a denotar traços de sua bravura, superando a tragédia da perda precoce do esposo, assassinado por motivos, provavelmente, fúteis, sem sequer ter o corpo para dizer adeus.

Criou duas famílias rompendo com todas adversidades sociais e econômicas de sua época, formando valorosos homens e mulheres, em bons cristãos e honestos cidadãos, todos, meritosos, a exemplo de Antônio Nival Souza Campo que faz questão de dedicar seu tempo para servir o próximo e, efetivamente , praticar os valores religiosos do mandamento cristão. É nesta guisa de abertura que vamos dissecar as fases sócio/existenciais de d. Ivaldina, cuja trajetória começa no Estado de Goiás, no anos 30 até ao aconchego do seu lar na Vila Cruzeiro, em Poxoréu – MT, no início do século XXI. Ivaldina de Souza Alves é natural de Anápolis, GO, onde nasceu em 15 de abril de 1938, tendo como pais os baianos de Angical, Galdino Sinfrônio de Souza e d. Avelina Batista de Souza, quando já estava residindo em Goiás, estado para o qual a família havia se estabelecido e dali, logo sairia em direção a Mato Grosso, atraídos pelo Eldorado, sinônimo de prosperidades tido e havido pela fama dos garimpos de diamante na região do Garças que, à época, varria o país inteiro, ganhando os holofotes da população e da grande mídia que, inobstante, ainda contava com a campanha do governo federal para o seu “Marcha para o Oeste”.


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Luíza de Menezes Galvão

Natural de Macaúbas Bahia, filha de Pedro Rodrigues de Souza e Joana Lina de Menezes. Mudou da Bahia com a família com 02 (dois) anos de idade. Luíza pertence a uma família não muito numerosa para a época. Seus pais tiveram cinco filhos: Izanildes (Lorinha), Analice ( Lili), Ita Maria, Luíza, Maria e Eleonor. A família de Luíza viajou num pau de arara, saiu da Bahia em 1940 em direção a Mato Grosso, e o ponto de chegada foi o Povoado de Canta Galo, hoje município de Rondonópolis, por lá ficaram uns dois anos, depois se mudaram para a região do Lambari, Poxoréu. Antônio Rodrigues morava no Canta Galo, era conhecido dos pais de Luíza e incentivou os a se mudarem para Mato Grosso.

Senhor Pedro Rodrigues morou por um tempo nas terras de Zacarias Galvão, depois mudou -se com a família para o Estado de Goiás, foram morar num local por nome Castinópolis, por lá plantou roça. Porém, antes de colher resolveu voltar para Mato Grosso. João Pinto era o patrão de senhor Pedro em Goiás. Lá em Goiás Luíza conheceu uma escola em Anápolis , ficava doida com vontade de estudar e pediu à mãe para comprar os materiais para ela frequentar a escola. Porém, não foi possível, a família logo retornou para Mato Grosso. Dessa vez foram morar nas terras do Senhor Almeida um grande fazendeiro da região do Lambari.


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Guiomar Barbosa Pereira

Natural de Guiratinga MT, filha de Júlio José Barbosa e Lindaura Nelfene de Souza, nasceu em 08 de julho de 1935.Os pais eram baianos. Vieram a cavalo da Bahia para Mato Grosso, Lindaura era bem criança, veio dentro de uma bruaca e Júlio era grandinho, já ficando rapaz. Saíram da Bahia em busca de vida melhor, uma vez que a situação no nordeste estava muito difícil.

Quando Guiomar tinha uns 13 anos foi passear no Toriparo, na casa dos avós maternos Manoel Ferreira e dona Elvira. Lá ficou por uns tempos e estudou com a prof.ª Judith. Elvira era avó e madrinha de Guiomar, resolveu levar a neta para pôr a menina na escola. Guiomar tinha apelido de Nega e na escola em que estudou tinha dois professores: Judith e Aristides.

Aristides era muito bravo e castigava os alunos indisciplinados com palmatória. Porém, Guiomar nunca precisou ser punida. Era uma menina muito bem comportada.

O pai de Guiomar faleceu com mal de chagas, doença transmitida pelo inseto barbeiro, e a mãe teve um derrame, ficou 15 anos paralítica e depois morreu.


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Maria Luzia Silva de Almeida

Natural de Nossa Senhora do Livramento, filha de José Nicolau da Silva e dona Teófila Rodrigues da Silva , nasceu em 12 de fevereiro de 1935. Tinha como avó materna dona Rosa Maria de Holanda. Maria Luzia mudou se ainda bem criança para Várzea Grande. Seu pai, senhor José Nicolau era carroceiro, trabalhava com burros que transportavam mantimentos do sítio para a casa do patrão Sr. “Tinô”, homem muito rico que tinha comércio em Várzea Grande. “Tinô” vendia de tudo: banha, carne de porco, material de construção e também tinha uma fábrica de redes, na qual dona Teófila, mãe de Maria Luzia trabalhava junto a muitas outras mulheres rendeiras. A mãe de Maria Luzia não só tecia redes, mas também limpava bucho dos animais abatidos, cozinhava e fabricava macarrão.

“Tinô” era o apelido de Benedito Monteiro da Silva, esposo de dona Matilde. Ana, irmã de Maria Luzia trabalhava na casa de “Tinô” e, certa vez, ouviu dona Matilde desafiar o esposo ao dizer lhe que ela iria vestir calças enquanto “Tinô” deveria vestir o vestido dela, uma vez que não tinha coragem de dar um jeito em Capitão “Titi”, a considerar a rusga de ambos no comercio para material de construção, especialmente sobre adobes e pedra canga. A provocação da esposa resultou, de fato, no assassinato do capitão “Titi”, pelas mãos do marido, embora não foi tardia a vingança, visto que o filho da vítima, mais tarde, eliminou o seu patrão, Sr. “Tinô”.


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Odete Marques Vasconcelos

Odete Marques Moutinho, nasceu em Andaraí – BA, em 22 de 01 de 1933, filha de José Marques Moutinho e Laura Marques Moutinho. Com um mês de idade sua família se mudou para são Paulo, e pouco tempo depois mudou-se para Itiquira- MT, influenciados pelos garimpos de diamantes. A família de Odete veio para Mato Grosso sob o comando da avó materna, dona Maria Amélia Marques e juntos vieram os tios :Lindolfo, Sebastião, Clodoaldo, Antônio, Laura, Almira e Aúrea.

Em 1940 , a família de Odete se mudou para Poxoréu, aqui chegando os pais instalaram residência na rua Paraíba, inicialmente moraram próximo ao bolicho de José Moraes Barbosa, acima do cinema e depois se mudaram para uma casa acima da casa de Santo Nery. Porém, em Poxoréu ficavam esposa e filhas. O pai, senhor José Marques e os filhos ficavam trabalhando em Batovi, local onde tinham terras e tocavam garimpo. A família se reunia em período de férias, quando esposa e filhas iam para Batovi. Senhor José desejava colocar as filhas para estudar em Guiratinga ou Tesouro, para que a família pudesse ficar mais próxima. Certo ano, chegaram a se mudar para Tesouro, mas logo retornaram para Poxoréu. Pois, não gostaram de lá, ao analisar perceberam que as condições eram mais acolhedoras e seguras em Poxoréu.


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Balbina Pereira Domingos

Dona Balbina nasceu em Patos de Minas , MG em 28/05/1936. Filha de Geraldo Marinho da Silva e Almelina Francisca de Jesus. Balbina ficou órfã de pai aos cinco anos. Dona Almelina, sua mãe se mudou para o Estado de Goiás, para o município de Itapaci e depois mais tarde, retornou para Minas Gerais. No Estado de Goiás, Balbina conheceu José Domingos que era primo de sua mãe e por escolha da mãe, ela começou namorar com o primo e depois de quatro meses se casaram, em 25/11/ 1953. Dessa união nasceram os filhos: Dilsa, João, Geraldo, José Filho, Marly, Paulo, Dulcineia, Lucilene e Luciana.

No ano de 1961, Balbina , o esposo José Domingos e filhos se mudam para MT. Inicialmente se instalaram em Jaciara, depois Naboreiro e logo em seguida Poxoréu. No município de Poxoréu, a família Domingos foi residir na região de Aparecida do Leste, depois se mudaram para Aparecidinha ( “Palhinha”), no ano de 1986 se mudaram para a cidade de Poxoréu, onde residem até hoje, no bairro Jardim Poxoréu, à rua Terezinha.


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Elisa Francisco Pereira

Popularmente conhecida por “Zizinha”, nasceu em São Gonçalo-BA, em 31 de janeiro de 1929, filha de Vicente Alves Pereira e Marcolina Pereira da Silva. No ano de 1923/ 24, veio o senhor Vicente, junto com o cunhado José Antônio Pereira, que adquiriu uma pequena propriedade na barra do rio Coité, chegando aqui e conhecendo as condições do local, retornou até a Bahia para buscar a família que por lá havia deixado e junto trouxe outras famílias , após divulgar as qualidades da região. A família de Zizinha saiu da Bahia em 17 de maio de 1935, época em que ela estava com seis anos de idade. Sua família veio em comitiva, junto com outras famílias que viajaram a cavalo até Mato Grosso, passando por Goiás e chegando em Lageado Guiratinga, gastando 04 meses para realizar a viagem, onde ficaram por mais de um mês trabalhando e dando um tempo para que dona Marcolina se recuperasse, ou fortalecesse, visto que nessa localidade deu a luz ao filho Francisco Solano. Passado o resguardo, seguiram viagem rumo aos garimpos de Poxoréu.

Dona Elisa Francisco Pereira (Zizinha) pertence a uma família de muitos membros, tendo seus pais 15 filhos; dez homens e cinco mulheres: Pompílio, Perílio, Vicent e, Vital, Perciliano( Preto), Francisco Solano, Elisa(Zizinha), Erondina, Carmesinda ( Santinha), Avelina e Maria( do sr. Cornélio).


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Maria Ciolina dos Santos

Nasceu em 14 de outubro de 1936, no garimpo do Bandeira, região de Guiratinga, MT. Filha de Aprígio Narciso Sene e Rosa Narcisa. Os pais eram naturais do Maranhão e filhos de índios Caiapós e Carajás. Vieram para Mato Grosso para a região do Tesouro, atraídos pelos garimpos. Maria Ciolina ficou órfã muito cedo, aos 9 meses. Perdeu os pais no Tesouro e lá foi adotada pelo casal Bertoldro Bezerra e Maria Alves Siqueira, que tinham vindo de Goiás. Era o ano de 1937, Dona Maria Alves e a família estabeleceu residência, nas margens direita do rio Areia, em frente a atual casa de Profª Laurita Xavier. Bertoldro tocava garimpo com o senhor Paraibano, pai do Sr. Jurandir Xavier.

Pouco tempo mais tarde sua mãe adotiva se separou do senhor Bertoldro amaziou-se com o garimpeiro Vital, um baiano, com quem teve quatro filhos: Arnaldo, Alice, Almir e Adelaide de Souza Sirqueira. Bertoldro casou-se novamente e foi morar na região do Corguinho, adquiriu propriedade e teve 9 ( nove) filhos: 08 mulheres e 01 homem. Maria Ciolina tinha uma leve amizade com Sebastiana que morava na Vila Santa Terezinha. Senhor Bertoldro ficou viúvo e o filho foi morar em Torixoréu. Antes de se mudar vendeu a terra e o gado. A madrasta de Maria Ciolina, dona Maria Alves arrumou um namorado para a filha, quando ela tinha 13 anos e com o namorado João Ferreira dos Santos, goiano, filho de uma baiana, Maria Ciolina casou se aos 13 anos de idade, no ano de 1949 e foram morar na terra de sr. Alvino Mendes (compadre de Maria Ciolina). “Joca” era o apelido do esposo de Maria Ciolina. Eles arrendaram a terra do compadre por 5 anos. Depois adquiriram um lote na região do Paraíso do Leste. Em julho de 1957, Joca estava vindo para Poxoréu e ocorreu uma friagem tão forte que geou na região. Joca e o companheiro Sabino acenderam uma fogueira para se aquecer e esperaram amanhecer o dia para seguir viagem.


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Almerinda Vieira Borges

Almerinda Vieira Borges é filha de Raimundo Vieira Dias e Antônia Vieira Borges, natural de Rio Bonito (Caipônia ) GO, onde nasceu em 07/09/1934( quando se casou aumentaram dois anos para que ficasse com 15 anos. Assim, seu registro consta 06/09/1932 como data de nascimento ) na fazenda Bom Jardim, que ficava na beira do rio Araguaia( lado de Goiás), de propriedade de seu padrinho Capitão Valério Porto. O padrinho Valé rio Porto, optou por registar como se ela fosse natural de Rio Bonito. Capitão Valério Porto e a esposa Maria, batizaram Almerinda na igreja do Povoado de Deixado GO, que mais tarde se tornou o município de Aragarças. Capitão Valério Porto era quem comandava aquela região de Goiás. Ele tinha três filhos: Jerusa, Irene e José.

Os pais de Almerinda eram nordestinos, a mãe era natural de Floriano no Piauí e o pai era natural de Picos (PI). Mudaram do nordeste no início de 1930, época da seca, o pai foi trabalhar na exploração da borracha em Conceição do Pará, mais tarde Redenção do Pará. De lá foi para o povoado de Cajueiro( Pará )local onde conheceu Antônia (mãe de Tutu), com a qual se casou.


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