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Adolfo Catalá

Cadeira nº 35
Patrono: Padre Pedro Malesi

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Adolfo Fernandes Catalá Neto é um Poxorense nascido em 26 de julho de 1956, filho do casal Basílio Menezes Catalá e dona Maria Fernande Catalá. Sendo seus avós paternos:Adolfo Nunes Cathalá eArgentina Menezes Cathalá; avós maternos: Aurélio Gomes de Castro e Guiomar Gomes de Castro, naturais de Palmeiras- BA.Adolfo tem 03 irmãs:Meriene Fernande Catalá, Sirlena fernande Catalá Coutino e Darlene Castro Catalá Silva.

Adolfo viveu a sua infância na casa da Rua Pará nº 72, próxima à ponte dos currais.Quando criança estudava pela manhã no Externato São José, à tarde se dedicava a realização das tarefas escolares e momentos de estudos com a irmã Darlene e a prima Celma ocasião em que revisavam os conteúdos para as provas.Após os momentos de estudos saia para vender produtos na rua. Colocava o tacho de alumínio na cabeça e lá ia ele vender queijo, ovos e manteiga de leite. Subia pela rua Mato Grosso e descia pela Paraíba. Disse que o Senhor Antônio Henrique era seu melhor cliente.Chegando em casa ainda tinha que ir até à bica do João Eugênio buscar água para casa para beber.Somente depois de cumprir todas as obrigações ele se juntava aos colegas para jogar bola no campinho que havia em frente à máquina do Sr. Trajano. No finalzinho da tarde era a hora do banho de rio.

O pai viveu uma experiência precoce1 na candidatura de vice prefeito na chapa de Antônio Ribeiro Vilela, na sub legenda Arena 3 nas eleições de 30 de novembro de 1969.

Inspirado na doutrina salesiana de Dom Bosco, Adolfo Fernandes Catalá cursou as séries iniciais no Externato São José, o ginásio na Escola Estadual 7 de Setembro e o 2º grau na Escola Estadual Pe. Cesar Albisetti, o curso de Auxiliar de Contabilidade, aluno das primeiras turmas da instituição, após a transformação à nova denominação da antiga Escola Normal Regional Dr. Fernando Correia da Costa2, ainda com funcionamento no Centro Juvenil, sob a direção de Armando Catrana.

Os conhecimentos preliminares sobre o universo da contabilidade o credenciaram para o curso de Ciências Contábeis na Universidade Federal de Mato Grosso no período de 1977 a 1982, quando o concluiu na capital do Estado numa caminhada de muitas dificuldades e percalços, mas também de algumas oportunidades.

A caminhada universitária na UFMT exigia, por Excelência, do estudante Adolfo Fernandes duas atitudes básicas: foco nos estudos com assimilação dos conteúdos programáticos do curso capaz de se tornar um profissional de excelência e destaque no mercado competitivo e auxiliar na reprodução da sua própria existência, mediante emprego e/ou ocupação capaz de lograr renda à sua subsistência em Cuiabá. Equilibrar nesses papéis era a condição e o cordão umbilical que ligava sua realidade com os seus sonhos. Com os pés no chão e olhos no futuro, Adolfo Fernandes Catalá tornou-se, desde muito cedo, um visionário e acreditou que, de fato, ele era do tamanho dos seus sonhos.

Uma pessoa que marcou a vida e a educação de Adolfo foi o Mestre Armando Catrana que chegou em Poxoréu em 1969 e ao chegar encontrou Adolfo de malas prontas para se mudar de Poxoréu, visto que ele queria continuar os estudos e aqui não ofertava o 2º grau Científico; tinha o Ensino Normal. Armando tomando conhecimento do fato deu início aos serviços para solicitar a autorização da oferta e também foi em busca de professores para atender a clientela. Em 1969 foi em Campo Grande- MS buscar o prof. João de Souza para compor o quadro docente necessário para atender os novos alunos. Outro fato que ficou marcado na memória de Adolfo foi o dia em que ele mostrou para o mestre Armando o pé que machucou quando banhava no rio e pulou sobre uma pedra. O pé estava inchado e dolorido. Armando levou Adolfo para a casa amarela, local em que hoje está a casa paroquial, lá funcionava uma enfermaria. Chegando lá pegou uma gilete e cortou a sola do pé de Adolfo. O pus espirrou na barba de Armando.

Desde a infância Adolfo já apresentava o perfil de comerciante.Durante muitos anos foi vendedor ambulante pelas ruas da cidade e depois aos 13(treze) anos se juntou ao amigo Dioclécio Lago e instalaram uma bicicletaria na rua Maranhão nº 04, dependências da casa de Dioclécio.Depois em 1973 , com 17 (dezessete) foi contratado como auxiliar de encarregado da DAMFLUC, Departamento de água e Luz de Poxoréu,época em que saia entregando as contas de luz e água na rua, indo de casa em casa.Somente em 01/01/1975 ele foi nomeado como auxiliar de escritório da Prefeitura e em 01/08/1975 foi nomeado por Lindberg para o setor de Contabilidade em substituição a Aderbal e Osmar que tinham ido embora.

Adolfo se recorda que os primeiros anos do Troféu da Juventude os jogos eram realizados em três campos diferentes: campo do japonês,( Bairro João Pessoa), Campo da Pedra Branca e Campo dos Currais.Adolfo participava ativamente de todas as atividades realizadas pelo Centro Juvenil. Desde o plantio da grama do campo que lá existe até o auxílio na obra de construção do prédio. Época em que quebrou o braço na construção.

Nessa esteira, sua experiência empregatícia começou na Construtora Oceano Verde4, uma empreiteira na área da construção civil com significativo volume se serviços contratados pelo Estado de Mato Grosso da qual tornaria seu principal administrador, gerenciando obras como a Reforma da Exatoria Estadual e da Delegacia de polícia em Poxoréu, bem como a construção das escolas estadual Apolônio B. Melo e Osvaldo Candido Pereira, cuja denominação foi honrosamente concedida numa homenagem ao proprietário da empresa que falecera deputado estadual em 1981, vítima de um tumor cancerígeno.

Braço direito de Osvaldo Cândido Pereira, Adolfo percebeu a exorbitância dos preços que praticava ao adquirir as matérias primas para as obras que empreendiam pela empresa e constatou, como visionário confesso, que poderia contribuir com os seus conterrâneos oferecendo os mesmos produtos, a preços razoáveis capazes de não se configurarem na exploração de costume. Por outro lado, o comércio de material de construção, em que sopesasse a existência de pequenos comércios na cidade, seria um nicho de mercado que, somada a experiência na Construtora Oceano Verde que assimilou nos últimos anos, poderia se transformar na principal referência em material de construção. Era um pequeno administrador pensando num negócio grande do qual se tornaria seu principal empresário: nasceu o Ofertão Materiais de Construção, inaugurado em 12 de fevereiro de 1982 numa sede tímida em frente ao Posto Texaco, (mais tarde, Posto do Bio), depois modernizada e transferida para a esquina da Rua ............... com a Avenida Brasil, gerando oportunidade para a população e emprego para mais de ............ funcionários.

Padre Pedro Melesi nasceu na cidade de Cortenova, na região de Valsassina, na Itália, no dia 13 de novembro de 1924. Seu pai, o ferreiro Efrem Melesi e sua mão, a senhora Luiduina Selva Melesi. Menino ainda trabalhou como pastor nos campos da família. Dos 14 aos 16 anos trabalhou numa metalúrgica, aumentando assim o ganho da família. Os seus irmãos: Ângela Meles (1926), tornou-se Filha de Maria Auxiliadora; Margheritta (1929); Luigi (1933) tornou-se padre salesiano; Tarcisia e Giuseppe (1936), gêmeos, que faleceram com um ano de idade. Em 1942 nasceu mais uma menina que foi batizada com o nome da irmã falecida: Tarcisia.

Dom José Selva, bispo da Prelazia do Registro do Araguaia, no estado de Mato Grosso, era tio de Pedro Melesi. Em 1938 Dom José Selva fez uma visita a sua irmã Liduina, na Itália. Um ano depois Pedro entrou no Instituto Salesiano de Ivrea, para cursar o ensino médio.

Na Europa vivia-se o clima que antecedeu a segunda Guerra mundial. Fez o noviciado. De 1944 a 1947 estudou em Foglizzo. De 1948 a 1954 estudou teologia no Pontifício Ateneu Salesiano da Crocetta, em Turim. No dia 1º de julho de 1954 foi ordenado sacerdote na Basílica de Nossa Senhora Auxiliadaora, construída por Dom Bosco. Naquela celebração em que fora ordenado, outros trinta e nove diáconos tornaram-se sacerdotes.

Seis meses depois de sua ordenação, motivado pelo seu tio bispo, partiu para o Brasil. Era o ano de 1955, 12 de janeiro. Depois de 13 dias em alto mar, às 6h30 o navio atracou em Santos, no Brasil, no dia 25 de janeiro. De Santos o padre Pedro seguiu para São Paulo: ali permaneceu até o dia 30, quando parte para Campo Grande no Mato Grosso, aonde chega no dia 1º de fevereiro. Nesse mesmo dia, à tarde encontra-se com sua irmã freira, Ângela, que já morava no Brasil. Juntos escrevem à família, matando um pouco da saudade. Três dias depois parte para Araçatuba, no Estado de São Paulo para aprender português, o mais rápido possível. Ali permanece por quatro meses.

No dia 27 de junho encontra-se com o tio bispo, Dom José Selva em Guiratinga, Mato Grosso. Dom José estava muito doente e o padre Pedro deu-lhe assistência até o mês de agosto d 1956, quando faleceu. Foi para Campo Grande e trabalhou como ecônomo do Colégio Dom Bosco e da Inspetoria Santo Afonso Maria de Ligório, de Mato Grosso e Oeste de São Paulo. Foi o responsável pelos recursos financeiros destinados à publicação da “Enciclopédia Bororo” de autoria do Padre César Albisetti, ainda hoje a maior referência em estudos acadêmicos sobre os Índios Bororo.

Em Campo Grande trabalhou por sete anos e foi transferido para Poxoréu. O padre Pedro veio para Poxoréu, no ano de 1964, para ser vigário do padre João Batista Duroure que era o pároco da paróquia São João Batista e diretor da casa salesiana. Era o primeiro ano da ditadura militar. Em 1965 o padre Pedro completou dez anos de vida no Brasil. Chegara a hora de retornar a sua terra natal.

O ano e meio que o padre Pedro passou em Poxoréu, foi suficiente para que ele fizesse uma leitura profunda da realidade em que vivia a população do grande território da paróquia São João Batista de Poxoréu. De um lado os garimpeiros que buscavam os diamantes, que nem sempre encontrava e deixavam as famílias passarem grandes necessidades; de outro os pequenos lavradores isolados e abandonados no imenso território e sem condições de locomoção até onde havia o necessário para sua sobrevivência. O padre Pedro logo percebeu as grandes dificuldades e impossibilidade que, sobretudo a população rural tinha para ter acesso à saúde, à educação, ao transporte do pouco de riqueza que produzia.

Voltando à Itália, o padre Pedro foi recebido pelos familiares, seus amigos, seus irmãos salesianos. A todos contou com fortes tintas a situação dos paroquianos e da impossibilidade de naquele momento fazer algo significativo para minorar as carências daquela gente.

Na Itália o padre Pedro teve a oportunidade de acompanhar um grupo de jovens que foi para as montanhas para alguns dias de encontro e reflexão, liderado pelo padre salesiano Ugo De Censi. Naquele encontro o padre Pedro foi convidado para dirigir a palavra aos jovens italianos.

Era o ano de 1966. Ano em que a juventude mundial já estava se rebelando com a situação. Algo estava acontecendo que deixava a juventude inquieta e pretendendo mudar o mundo. Para aqueles jovens, o padre Pedro contou a situação de pobreza de seus paroquianos, e a impossibilidade de saírem daquela situação, naquele momento. Os jovens daquele encontro ficaram atentos às palavras do missionário. Em determinado momento um dos ouvintes levantou a voz e perguntou ao padre Pedro se eles não poderiam vir ao Brasil, para ajudá-lo um pouco no seu trabalho. Foi daquele encontro, foi daquela conversa do padre Pedro com aqueles jovens italianos que surgiu a ideia luminosa e genial de fundar a OPERAÇÃO MATO GROSSO, com um objetivo bem definido: virem a Poxoréu e fazer algo para minorar dificuldades da população carente.

A história da presença e do trabalho dos salesianos em Poxoréu, a partir daquele ano fica dividida em duas fases: de 1931 até 1967 e de 1967 até o dia 2 de fevereiro de 2014, quando os salesianos deixaram Poxoréu. O padre Pedro é o divisor desta história. No dia 28 de junho de 1967 chegaram a Poxoréu 28 jovens italianos que se denominaram de OPEREAÇÃO MATO GROSSO, COM UM OBJETIVO CLARO: FAZER ALGUMA COISA SIGNIFICATIVA PARA OS NECESSITADOS DE Poxoréu. Eram 25 rapazes e 3 moças. De 1967 a 1976, foram dez expedições de jovens italianos que vieram a Poxoréu.

Com o imenso auxílio oferecido, pelos jovens voluntários italianos da OMG, o Padre Pedro atuou em várias frentes em favor dos mais necessitados de Poxoréu. Construíram escola em Poxoréu, Paraíso do Leste, Jarudori; Construíram o Liceu São Francisco de Assis em Jarudori e o Centro Técnico Juvenil de Jarudori e implantaram a escola de Artes; Construíram postos de Saúde em Poxoréu, em Paraíso do Leste e Jarudori; construíram postos de saúde nas Missões: São Marcos (Xavante), Meruri (Bororo), Sangradouro (Xavante); Construíram 96 casas em Sangradouro, para os Xavante; Padre Pedro assumiu com garra e eficiência a administração do HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO JOÃO BATISTA e com ajuda de amigos italianos que haviam trabalhado na OMG, como Bruno Marini, Valentino e tantos outros recuperou, ampliou, modernizou e aparelhou aquela unidade de saúde ao ponto de torná-la uma das mais modernas e eficiente do Estado de Mato Grosso. É O HOSPITAL PARA TODOS.

Construíram o CENTRO JUVENIL, onde trabalhou ATTILIO GIORDANI e teve como administrador por 23 anos o Metre Salesiano ARAMANDO CAATRANA. O Centro Juvenil não tem sido apenas um local de lazer para as crianças, adolescentes e jovens de Poxoréu, Tem sido um lugar de exporte organizado, de cultura e de aprendizado profissionalizante. O Centro Juvenil é o pioneiro em Poxoréu no ensino da informática para todos. “O CENTRO JUVENIL TORNOU-SE O PULMÃO DA CIDADE DE POXORÉU”. (Armando Catrana).

O padre Pedro foi o salesiano que mais tempo trabalhou em Poxoréu: 50 anos. Aqui celebrou 90 anos de vida, 60 anos de sacerdócio, e 50 anos em Poxoréu. O padre Pedro foi um ser humano exemplar; sempre trabalhando para minimizar o sofrimento dos mais necessitados, o padre amigo de todos; às vezes ficava bravo, quando a situação desandava. Era o homem do trabalho, da pregação simples e convincente do Evangelho, o padre das celebrações das missas e dos sacramentos da igreja. Era o homem pobre. As suas roupas e calçados eram os mais simples e sempre surrados. A sua comida era a mais frugal possível; à vezes, um pedaço de pão. Além de tantas e estafantes tarefas ainda foi o professor incansável, pontual e eficiente, de matemática e por muitos anos, nos distritos de Jarudori e Paraíso do Leste.

Em 2014 os salesianos deixaram Poxoréu e o padre Pedro Melesi foi morar na casa salesiana Paulo VI, em Campo Grande, Mato Grosso do sul. Faleceu no dia 8 de abril de 2016, em Campo Grande. Por ocasião do seu falecimento muitos poxorense liderados por Adolfo Catalá, Miriam Catellani e outros fizeram uma campanha para que o padre Pedro fosse sepultado em Poxoréu. Mas devido à urgência do fato e a burocracia, não foi possível. Mas hoje, em Poxoréu há um movimento em favor da ideia de que os restos mortais do padre Pedro venham para Poxoréu. Há uma campanha para que seja construído um memorial em honra do padre Pedro Melesi, aquele que muito amou e deu a vida por POXORÉU. Segundo o empresário Adolfo Fernandes Catalá Neto, o padre Gildásio Mendes dos Santos, inspetor salesiano, da Inspetoria de mato Grosso, após consultar o conselho inspetorial, já autorizou o translado dos restos mortais do padre Pedro MELESI, PARA POXORÉU.

A foto ao lado, segundo Adolfo foi tirada nos dias 7 ou 8 de fevereiro de 2016, dias em que ele e Armando Catrana passaram com o padre Pedro, na casa salesiana Paulo VI, em Campo Grande. Foi a última foto do padre Pedro, O GRANDE AMIGO DE POXORÉU. “PROVA DE AMOR MAIOR NÃO HÁ, QUE DOAR A VIDA PELO IRMÃO”.