Causos da Lena: A Poderosa

Humilde, simples e intensamente dedicada as suas funções.

Hoje, 11 de dezembro, aniversário de Júlio Campos me bateu uma saudade imensa da minha amiga. Com o cognome “A poderosa”, somente duas pessoas tinham a liberdade de dizê-lo. Eu e minha grande amiga Neuza, que partiu precocemente para a esfera Celestial. 

Refiro-me à grande amiga Isabel Campos, que nunca me deixou na mão, e sempre me prestigiou. Fui sua assessora durante os quatros anos do governo Júlio Campos. Realizávamos todos os tipos de eventos em apoio as comunidades do Estado.

Certa feita, trouxemos uma leva de artistas famosos à Cuiabá, para um show beneficente no estádio Verdão. Entre estes, estava Maria Creuza, no auge da sua carreira com uma voz encantadora. Insistentemente pediu que colocássemos a sua disposição um litro de whisky ou não haveria show. E agora?! Show… ou… whisky…? Ficamos entre a cruz e a espada. Decidimos, então, desobedecer às ordens da 1ª Dama, que não aceitava bebidas de espécie alguma no camarote.

Neuza tomou as providencias cabíveis, providenciando imediatamente o litro de whisky.
Minutos depois a famosíssima artista, um tanto alterada adentrou-se ao palco convocando o povo para estar junto a ela, desconhecendo o fato que entre a arquibancada e o gramado havia uma grande vala. E o povo atendendo o seu clamor desceu, como um estouro de boiada, transformando nosso show em tragédia total. Fora programado um jantar em nossa residência com os artistas. Entre eles os irmãos Antônio Carlos e Jocaf (ex Maria Creuza). Sem outra alternativa não participamos do jantar.

Amanhecemos no Pronto Socorro de Cuiabá prestando assistência a todo tipo de acidentados. Essa era a nossa 1ª Dama, nunca deixou o barco afundar!!

Inúmeros fatos eu teria a relatar sobre a Poderosa Isabel, um livro ainda seria insuficiente para tantas histórias, dois fatos terei que relatar pois marcaram profundamente a nossa convivência.

Isabel nunca deixou de ser ativa. Sempre procurava se dedicar a alguma atividade. Nem se comparava com aquela Isabel do tempo do internato Coração de Jesus. Irmã Olga Dualib, nossa assistente geral estava sempre a lhe chamar a atenção. As alças do seu uniforme estavam sempre abaixo da cintura, nunca nos ombros como deveria ser. Naquela época isto era considerado um ato de rebeldia. Jamais imaginei que aquela mocinha um tanto desligada seria a 1ª Dama do Estado de Mato Grosso. Ela nos surpreendeu em tudo.

Relatando o segundo fato: em 1994 me aposentei, novamente ela me surpreende. Permanecia em casa um longo tempo sem exercer qualquer atividade profissional. Cheguei ao cúmulo de jogar bozó sozinha.

Foi para mim momentos de angústia, nunca havia experimentado a sensação de ficar inerte. Criei coragem, liguei para ela que me atendeu gentilmente. Disse-lhe: Isabel, preciso trabalhar o que você pode fazer por mim? Ela prontamente me respondeu: Apresente-se amanhã no jornal, que vou nomeá-la Coordenadora de Assinaturas. Nossa que alívio! Me senti nas nuvens, tamanha era a minha alegria. No outro dia me apresentei a gerente que eu a considerava gente “do bem”.
Que decepção! Ela simplesmente me disse que a única vaga que teria ao meu dispor era vendedora de assinaturas, oferecendo-me uma cota de combustível semanal e um percentual sobre as vendas efetuadas.

Meu mundo caiu. Voltei para casa desolada, inconformada e só desabafei para o Jurandir.
Três dias depois, criei coragem, liguei para minha saudosa amiga Neuza, empresária do setor de transporte que sempre nos apoiou. Contei-lhe detalhadamente o acontecido e Neuza me disse: Você enlouqueceu? A Poderosa jamais faria isso com você. Isto é coisa daquela administradora. Liga para Isabel e você terá a certeza de que nada disso foi arquitetado por ela. E assim o fiz, e todas as minhas dúvidas foram esclarecidas. No dia seguinte assumi o cargo de Coordenadora do Jornal Estado de Mato Grosso, onde permaneci até o fechamento dele. Me senti tão incentivada, que resolvi cursar Comunicação e Marketing, e a administradora que tanto me destratou foi dispensada por incompetência.

Isabel, sei que você foi levada pelos anjos. Acompanhei o seu longo sofrimento, jamais esquecerei as suas boas ações e você estará sempre presente em meu coração.

Falei que relataria apenas dois fatos relevantes, esqueci, porém, do mais importante de todos, acredite quem quiser! Planejamos até um casamento! Vejam só, tínhamos na nossa equipe de trabalho uma funcionária que por vários motivos não poderia ser dispensada. Isabel a colocou em diversas funções, ela não se adaptava a nenhuma delas. Para se ter uma ideia, nem o jardim ela conseguiu cuidar. Foi aí que surgiu a ideia magnânima, casar nossa amiga. Como? Com quem?

Só que o parceiro já estava previamente escolhido. Tínhamos no Governo um secretário recém separado da esposa, por não suportar tantas exigências, viviam em outro mundo, um mundo bem distante baseado na aristocracia, onde era obrigatório o uso dos cristais da Boêmia e porcelanas importadas.

Ele cansou de tudo, e estava à procura de alguém simples que o fizesse feliz. Surge então a oportunidade. Planejamos o acontecer: Conheceram-se, casaram-se e continuam juntos até os dias de hoje. Sempre me lembro dele pedindo que eu a ajudasse a combinar as cores e eu lhe respondi: Isto você nunca vai conseguir, ela é virginiana e não liga para estes detalhes. Não temos o mesmo contato de antes. Eles se mudaram para outro estado. Hoje ele está bastante adoentado e ela continua a dar-lhe todos os cuidados, atenção e muito amor.

Amigos, espero ter relatado com precisão e com fatos a nossa convivência dia a dia com a poderosíssima Isabel. Amizade não se busca, não se sonha, ela é uma virtude que só nos seres humanos sabemos exercitá-la.

Minha querida e saudosa amiga Isabel Campos, onde você estiver saberá que amigos verdadeiros são como diamantes lapidados. Você estará sempre entre nós.

Saudades!!!

Causos da Lena: A Serenata

Estar em Poxoréu é como estar no Paraíso. A vida toda foi assim e jamais deixará de ser.

Pela primeira vez na vida comemorei o dia das mães emocionada e feliz (perdi minha mãe ainda criança). A programação começou com a apresentação do Samba Pox, seguido do show espetacular do nosso conterrâneo e sua Banda Júlio Coutinho que abalou não só a estrutura da Praça da Liberdade como também corações embevecidos e emocionados.

Tantos amigos, tantas lembranças!! Não dancei, meu par não estava presente. Bem que tive muita vontade. Bateu uma saudade imensa do nosso tradicional Diamante Clube que logo em breve será inaugurado. Fiquei tremendamente feliz ao presenciar Antônio Carlos Filho conduzir sua mãe Urânia para a dança. Era tudo que precisava acontecer naquele instante. Foi uma noite deslumbrante, um frio daquele de gelar a alma, mas Diva muito solícita tratou de nos oferecer uma deliciosa caipirinha, aquela que só nós que herdamos o sangue quente de baiano sabemos preparar.

Estávamos eu, Mazá Coutinho, Selma Moraes e sua mamãe Lourdes que estava comemorando 81 anos, Selma do Jubal, Eva, Diva e Dorinha Corrêa, Sandra Sol podemos dizer assim: “A FINA FLOR DA PRAÇA DA LIBERDADE” todas deslumbradas com o grande acontecimento. E o tempo passou, não queria ir embora, mas o dever nos chamava. Fui para casa de Maria Sol para ajudar na organização da nossa tradicional Serenata das Mães, criada por nosso saudoso mestre Santana Sol nos idos de 1970.

Nossa incansável amiga às voltas com assados dos biscoitos de queijo não me deixou ajudá-la, porém não consegui fechar os olhos. Às quatro da manhã pontualmente saímos para a tão sonhada e desejada Serenata. Começamos pela Igreja. O Padre Alexandre havia externado o desejo de nos acompanhar. Que nada!! Não acordou mesmo ao som dos violões e nossas vozes entoando o nosso hino: Minha mãezinha querida. Que Pena!! Continuamos o nosso percurso em todo centro histórico de Poxoréu.

Algumas famílias nos receberam de portas abertas.

Nossa amiga Marli, figura destaque no Show da Banda Júlio Coutinho, mesmo assim conseguiu levantar e transformar nosso momento numa recepção calorosa. Todo ano ela repete esse ato de carinho. Seguimos para a casa de Lourdes onde além da homenagem das mães, cantamos parabéns comemorando seus 81 anos. Afinal ela merece, criou suas filhas com muita garra e muito amor. Duas preciosidades Selma e Sandra. Prosseguimos animadíssimas, mas o peso da idade nos cochichou: Pare, tempo esgotado!

Convidei Maria Sol que também já se encontrava exausta para ficar, para esperarmos a Serenata, isto bem na subida do Paraíba. Na esquina da Rua Mato Grosso sentamos na calçada do DAE para esperar a turma descer. E nada… Começamos a contar histórias e mais estórias, não sei porque me veio à mente a questão “amizade” e muito emocionada lembrei de uma grande decepção sofrida no passado relacionada ao tema.

O dia já clareando, e nós continuamos a tagarelar e relatei a Maria Sol em detalhes da minha grande frustração.

Quando me casei, voltei a morar em nossa residência na rua Bahia, local onde nasci. A casa grande aconchegante, propícia para festas e reuniões. Nos finais de semana, havia sempre uma galinhada, feita pelo Ênio ou uma moqueca pelo Badinho ou mesmo o tradicional churrasco. A família BB estava sempre reunida.

Numa dessas reuniões, minha amiga que eu denominaria de Ana se aproximou de mim e me fez a seguinte proposta: Lena, nos temos que passar três meses no Rio de Janeiro onde Pedro terá que fazer um curso. Você sabe os cuidados que temos com nossa cachorrinha Suzi e como sei que você adora animais, creio que não se importaria de cuidar dela para mim, durante os meses que estaremos ausentes. Eu prontamente aceitei a missão, afinal a esposa do Gerente me pedindo um grande favor!!

Realmente a Suzi era uma cadelinha mimosa, achei que não teria problemas. A surpresa veio logo a seguir: no quarto onde ela dormia, fez o maior estrago. Toda noite Suzi rasgava um lençol, hoje eu não me lembro quantos lençóis ela destruiu, mas foram vários. Desisti, deixei ela destruir o colchão. Que desastre, mas a mimosinha da Suzi era do nosso gerente. O que fazer? Tive que aguentar calada e esperar ansiosamente que os seus donos chegassem.

Quando os amigos chegaram devolvi a linda Suzi, cheirosa e com muita saudade dos seus donos. Não comentei sobre os lençóis e nem do colchão. Achei prudente não reclamar.

O dia clareando e eu a falar sem parar. Maria Sol atenta esperando o desfecho da história, não sei se ela estava a imaginar. Onde a Lena quer chegar?? Mas não disse nada. Só me ouvia atentamente. E eu continuei…

A vida voltou ao normal. Festas e mais festa. Cada dia nosso vínculo se tornava mais forte. A família BB crescia cada vez mais. Com a expansão da agência, chegavam mais funcionários e novos laços se concretizam. Um ou dois anos se passaram até o dia que nossos amigos partiram para estancias melhores. Foram transferidos. Ficou uma saudade imensa daquele casal que nos trouxe momentos marcantes. Dois anos depois comentei com Jurandir: por que nossos amigos nunca haviam mandado nenhuma notícia? Então sugeri a ele que fizéssemos uma visita surpresa aos nossos amigos. Preparamos a nossa viagem e seguimos em frente com nosso GT FORD, recém adquirido, para surpreendê-los.

Foram dois dias de viagem muito cansativos. Apenas nós e nosso filho Rômulo, com três aninhos. Expectativa de reencontrá-los era imensa. As horas corriam lentamente.

Ao entardecer vibramos de contentamento. Faltavam apenas alguns minutos. Chegamos e juntamente com nossos amigos, advinha minha amiga quem fez a maior festa? Claro que foi a Suzi. Ela tentava pular a grade para ficar conosco. Quanta alegria! Que emoção! Enfim, entramos e fomos bem recebidos. Ofereceram-nos um jantar delicioso e depois fomos jogar conversa fora. Lembrar de Poxoréu, da nossa vidinha rodeada de amigos.

De repente veio a minha mente a pergunta que não quer calar: minha amiga, por favor me fale, já se passaram dois anos que vocês deixaram Poxoréu e nunca tivemos notícias de vocês. Por quê? Ela me olhou bem nos olhos e disse de vagar e pausadamente: Nós estabelecemos um padrão de vida que cada vez que ocorresse uma transferência, nos
esqueceríamos de tudo e de todos. Colocaríamos uma pedra em cima.

O meu mundo desabou. Entrei em choque, perdi a vontade de falar. Entrei em pânico. Foi uma decepção desmedida. Neste momento eu só pensava na Suzi, aquela cachorrinha que me dera tanto trabalho foi a que externou toda a sua alegria ao nos ver chegar. Quem diria Maria Sol? Fiz o mesmo que eles: coloquei uma pedra em cima. Não sei nem mesmo onde andam, nem se ainda estão vivos.

A lição foi dura. Não perdi a fé na amizade, hoje tenho centenas de amigos pelo Brasil a fora, e este é o motivo de estarmos aqui sentadas, nesta calçada, curtindo esta madrugada fria e relembrando um passado tão distante, porque esta amizade transmitida em forma de Serenata das Mães é um ato de amor e amizade.

O dia clareou e nada da Serenata, resolvemos ir para a casa da Maria Sol onde aguardamos a chegada dos participantes com um café da manhã repleto de iguarias, do pão de queijo à fatia Húngara. Que delicia!! As
mães participantes felizes com o sorteio dos prêmios, organizados para aquele momento tão especial: Dia das mães!!

Poxoréu é o paraíso, onde aprendemos que o verdadeiro valor de uma amizade está na confiança, sinceridade, compreensão, dedicação e principalmente no respeito humano.

Cristo nos ensinou que a amizade é tão importante que o próprio Jesus se apresentou como amigo: “já não vos chamo de servos, a vós chameivos de amigos”. João 15:15

Amigos verdadeiros são irmãos de alma.

LENA GLORIA VARANDA VENTRESQUI GUEDES
CUIABÁ, JUNHO 2022

CUSCUZ DA LIA

Maria Fernandes Cathalá, (Maria Fernandes Castro, nome de solteira), natural de Palmeiras Bahia, filha de Aurélio Gomes Castro e dona Guiomar Fernandes Castro. Maria Fernandes era popularmente conhecida por Lia e teve como irmãos: Leonor Fernandes Castro, Adalgisa Fernandes Castro, Nair Fernandes Castro, Elza Fernandes Castro, Idalia Fernandes Castro, Álvaro Fernandes Castro, Osvaldo Fernandes Castro e José Fernandes Castro. Lia teve como avós paternos: João André Gomes de Castro e dona Sigismunda Rita de Castro. Lia, era uma criança inteligente, curiosa e muito
dedicada. Por isso, quando pequena ela mesma fazia as roupas de suas bonecas. Tempos mais tarde, aos dez anos de idade, sem ter feito o curso de corte e costura ou ter alguém que lhe ensinasse, Lia começou a costurar suas roupas e as roupas de sua mãe, Dona Guiomar.


COMPRADORES DE DIAMANTES DE POXORÉU

A história da mineração no Brasil como atividade socioeconômica começa no século XVII, com as expedições chamadas entradas e bandeiras que vasculharam o interior do território em busca de metais valiosos (ouro, prata, cobre) e pedras preciosas (diamantes, esmeraldas). Já no início do século XVIII (entre 1709 e 1720) estas foram achadas no interior da Capitania de São Paulo (Planalto Central e Montanhas Alterosas), nas áreas que depois foram desmembradas como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Antes de falar do comércio de diamantes, cabe aqui destacar a origem, significado alguns mistérios que envolvem a palavra DIAMANTE – este sonho de muitas moças vem do Grego diamas, alteração de adamas, formado por a-, partícula negativa, com damaein, “domar”. Como o diamante é uma pedra que não pode ser cortada por nenhuma outra, os gregos diziam que ele era “INDOMÁVEL”, “INVENCÍVEL”.

No século quatorze, na França, acreditava-se que um diamante aplicado à testa de uma pessoa que sofresse das faculdades mentais a curaria. Ah, se fosse assim, por aqui não teríamos nenhum problema mental. Outro uso do diamante nessa época era para revelar a infidelidade de uma esposa. Um diamante colocado sob o travesseiro dela faria esse efeito. Segundo o folclore, o processo não adiantava para os maridos. Uma tradição mais duradoura é de que o diamante é a pedra usada para manter laços amorosos firmes e longos.

Retornando ao comércio das pedras preciosas, registros narram, que os primeiros diamantes no Brasil foram encontrados por volta de 1729 na região do rio Jequitinhonha, tendo logo despertado a atenção da Coroa Portuguesa. A primeira legislação visando regulamentar a sua exploração foi o Regimento dos Superintendentes e Guardas-mores das Terras Minerais, comum a toda a região. Esse regulamento genérico despertou viva resistência entre os mineradores e, em termos fiscais, mostrou-se ineficaz com relação aos diamantes, cujas características (pequenas dimensões e elevado valor) incentivavam a sua ocultação e contrabando.

Essa intensa busca pelo indomável e valioso mineral despertou o interesse de muitos homens que sonhavam ficar ricos. Então, eles passaram a conhecer os garimpos, a conversar com os trabalhadores e com o dono da lavra diamantífera. Alguns, por ser filhos de pais que garimpavam, já possuíam mais traquejo e um pouco de conhecimento sobre a tão cobiçada pedra, outros se embrenhavam no sertão em busca de poder e muita riqueza e se não tivessem tino comercial, com certeza aprenderiam logo, logo. A notícia de que o diamante tinha alto valor, corria o mundo afora, e com isso, a cobiça e o desejo de se tornarem mais um afortunado, também se estendiam de Norte a Sul do país e do mundo.

Começa mais ou menos assim, a história de muitos homens que viveram em Poxoréu ou que passaram pelo município para comprar ou vender diamantes – os diamantários.

Em todo município, há homens que contribuem com ele de uma forma ou de outra, em Poxoréu, dentre os vários que contribuíram para nosso desenvolvimento, para o engrandecimento de nossa história, estão os diamantários, homens que se dedicavam à compra ou à venda de diamantes.

Sabemos que o homem é um curioso por natureza, é um desbravador, tem instinto comercial forte e decidido, um aventureiro e incansável viajante. Foi assim, por dinheiro, pela ambição de enriquecer rapidamente, pelo brilho inebriante e mágico que saíam do diamante, pelo prazer de encher o bolso e os picuás com o valioso mineral, e principalmente, em ajudar a sustentar a própria família, que os vários diamantários que moram, viveram ou passaram pela nossa Poxoréu, entraram para o mundo comercial. Comercializar era agora a nova profissão desses homens. Sendo assim, conhecer mais sobre a vida deles, desses homens tão bravios, destemidos, persistentes e que colaboraram com nosso município, é de fundamental importância. Todavia, esse trabalho, não se esgota aqui, uma vez que muitas pessoas por aqui passaram e se foram, deixando poucos ou quase nenhum documento, que possibilitasse fazer um registro mais fiel sobre todos. Com certeza, outros poderão complementar, atualizar dados
sobre homens tão valorosos.

ADELINO JOAQUIM LOPES

Adelino Joaquim Lopes nasceu em 03 de abril de 1900, natural do estado da Bahia, irmão de dona Aurelina Lopes ( Dona Lé), esposa de Antônio Cândido da Silva – Sete Escamas. Adelino casou se com dona Maria Carolina Lopes, também baiana. Dessa união nasceram três filhos: Lindaura, Carolina e Agenor Lopes. Lindaura casou se com Antônio Ventura, Carolina casou-se com Manoel Aquino (Pié) e Agenor casou -se com Maria, uma goiana.

Autora: Profª Leda Figueiredo Rocha do Lago

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ALCIDES LAGO

Alcides Lago foi um grande exportador de diamantes de Poxoréu. De acordo com dona Mundica, pelos relatos de seu pai Rafael Cellus, talvez até o maior exportador nas décadas de 30 a 50. Ele comprava diamantes e vendia para um joalheiro do Rio de Janeiro, local onde Alcides adquiriu imóveis (terrenos, casas e apartamentos).


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ALEXANDRE PEREIRA DA SILVA

Alexandre era natural de Barreiras-BA, nasceu em 23/11/1917, veio para Mato Grosso em companhia de alguns amigos e do irmão Vitorino, que foi residir em Alcantilado, Guiratinga e Alexandre se estabeleceu em Poxoréu. A viagem da Bahia até Poxoréu, foi marcada por muitas paradas pelo caminho, ocasião em trabalhavam em algum lugar para obter recursos a fim de custear as despesas, para então chegar ao tão sonhado garimpo de Mato Grosso. Assim sendo, no início da década de 30, já estava residindo em Poxoréu o jovem Alexandre Pereira da Silva.


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ALTAMIRANO ROCHA

Segundo o filósofo alemão Goethe, “o nome de um homem é como a pele que cresceu junto com ele e não pode ser arrancado sem causar dor”. O nome é o que identifica que nos distingue das outras pessoas e representa a nossa reputação, ou seja, tudo de bom ou ruim que há em nós. O nome é tão importante que os indígenas costumam dar aos seus filhos nomes bonitos e imponentes esperando que tenham influência direta na vida deles.

Os sobrenomes, também fazem esse papel e surgiram na baixa Idade Média para identificar as pessoas do povo. Anteriormente só eram utilizados pelos reis e nobres. Com a grande explosão demográfica, para buscar diferenciação, passaram adotar as mais variadas denominações: do pai (patronímico), do lugar de origem (toponímico), do ofício, plantas, animais, características físicas, entre os mais comuns.

Autora: Profª Leda Figueiredo Rocha do Lago

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ALTINO MATOS DA SILVA

Altino Matos da Silva nasceu em 13/12/1917 na cidade de Angical, interior da Bahia, filho de Avelino Pereira da Silva e Emília Matos da Silva. De acordo com relatos da filha Emília, seu Altino saiu de sua cidade natal com 17 anos junto com uns primos mais velhos que ele, às escondido dos seus pais. Vieram a pé, viajaram 52 dias até a cidade de Tesouro- MT. No ano de 1934, Altino e os primos chegaram em Poxoréu, local onde viveu a maior parte de sua vida. Senhor Altino teve 14 irmãos. A filha Emília disse ter conhecido apenas aqueles que moravam em Rondonópolis: Dona Ana, Dona Bela, Dona Losa, Dona Amazila, Seu Salustiano e Seu Adelino.


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AMARÍLIO BENTO DE BRITO

Nasceu em Cuiabá, no dia 21 de março de 1899, filho de Pedro André de Britto e dona Maria Sabina de Britto. Seu pai era baiano e a mãe era cuiabana, seu avô paterno veio da distante e legendária África, estabelecendo-se na Bahia. Amarílio era o primogênito de uma prole formada por dez filhos, a saber: Cacilda, gêmea de Silvino, que faleceu ainda criança; Joana, Sebastiana (dona Batiquinha), Balbina, Benedito, Maria , Conrado e a caçula , Andrelina, conhecida por Dely. Quem seguiu a mesma profissão de senhor Amarílio, foi o irmão Conrado.


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