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Izelda Miranda Ferreira

Izelda Miranda Ferreira

Natural de Baliza GO, na beira do rio Araguaia, filha de Antônio Vitorino de Miranda (natural de Lençóis BA) e Guiomar Alves Miranda( Andaraí BA), nasceu em 17/0/1938. Os pais de Izelda se casaram na Bahia e depois se mudaram para Goiás, em decorrência das lutas que estavam acontecendo por lá, na região em que moravam. Anos mais tarde, quando Izelda tinha apenas três meses de idade, os pais tomaram conhecimento dos garimpos de Poxoréu e se mudaram para cá. Aqui chegando, Quando os pais de Izelda se mudaram para Poxoréu, eles moraram na rua Mato Grosso, numa casa situada em frente à Casa dos Calçados, local que era a loja de Rachid Mamed. Sr. Antônio foi trabalhar no garimpo e no ano de 1941 faleceu, acometido por um enfarto, deixando Dona Guiomar viúva e órfã a filhinha Izelda de três anos de idade. Anos depois Dona Guiomar casou se com o Sr. João Juiz e mudou se para Alto Coité. Da união de Dona Guiomar com o Senhor João Juiz, Izelda ganhou os irmãos:Cláudio, Cardosina,Aidene(Paca), e João Carlos( Grilo) Porém, após a morte do Sr. Antônio, a menina Izelda passou a morar com a tia Jovelina Miranda, irmã de Antônio, pai de Izelda.Em 1949, a mãe de Izelda também faleceu, vítima de fogo selvagem, uma doença comum naquela época nessa região. Tia Jove, como é chamada, tocava uma pensão na rua Bahia.

Dona Joventina Miranda era casada com Manoel Araújo, ambos eram tios e padrinhos de Izelda, eles não tiveram filhos, criaram a afilhada com todo amor e conforto, como um ovo indêz, conforme disse Izelda. Cobria lhe de presentes, melhores roupas, calçados e bonecas.Teve uma infância cercada de carinho e muito amor, o que lhes deixou maravilhosas recordações.Tanto que para a época, a tia colocou Izelda bem nova na escola, quando tinha apenas cinco anos, já estava matriculada no melhor colégio de Poxoréu, o Externato São José. Izelda fez parte das primeiras turmas da escola. A tia era rigorosa com ela em relação aos estudos, dava total autonomia às freiras para corrigi la. Dona Jove era muito religiosa, se houvesse três missas num dia, ela ia em todas e exigia que a sobrinha a acompanhasse, comprovando que Izelda teve uma educação fortemente centrada nos princípios católicos. Izelda fez a primeira comunhão e participou de uma linda cerimônia junto a outras crianças. Na infância a menina Izelda brincou muito com as outras crianças, sem nenhuma distinção brincava também com filhas das prostitutas e sempre foi tratada com respeito por elas e por suas mães, o que confirma que era bom o convívio entre as mulheres das várias classes sociais da época.

O colégio ensinava as crianças com muita religiosidade, bons professores e ensino de boa qualidade. Tanto que quando foi fazer o ginásio no Colégio Sete de Setembro, aprendeu poucoas coisas novas. Quase tudo que ali era ensinado ela já havia estudado nos anos de a primário e admissão no Externato São José.

O Externato funcionava em regime integral, algo avançado para aquele tempo.Num período eles tinham aulas normais e em outro aconteciam as aulas de bordado, costura, crochê,pintura, música e teatro.A imagem de irmã Margarida e irmã Zoé continuam presentes na memória de Izelda e com certeza de muitas outras meninas daquele tempo.

De acordo com Izelda, as atividades complementares oferecidas pelo Externato no contraturno eram destinadas às meninas, os meninos participavam apenas das atividades de ginástica e esportes, que realizavam no campinho em frente a igreja, local da atual Praça da Liberdade. Izelda recorda ainda das professoras de ensino primário: Lia, Raimunda e irmã Zoé. Os alunos expressavam muito respeito pelas professoras e demais autoridades educacionais, dada a educação e orientação que recebiam dos pais e as normas da escola que eram bem rígidas.

Todavia, disse não ter presenciado atos de castigos ministrado pelas freiras aos alunos.As regras eram rígidas no sentido de exigir que os alunos fizessem os deveres, se respeitassem, frequentassem as aulas com regularidade e que participassem de todas as atividades promovidas pela escola. Disse que havia aulas às segundas, terças, quartas, sextas e sábados. Na quinta feira não havia aula, o dia era para que os alunos lavassem o uniforme, os calçados, lavassem os cabelos, cortassem e limpassem as unhas. O uniforme deveria estar sempre muito bem limpo e alvo. O uniforme de gala, usado em ocasiões especiais era todo branco e o de usos diário era constituído de saia azul, blusa branca , sapato preto, meias brancas até o joelho.Disse que sempre que vinha algum político ou autoridade importante visitar Poxoréu, esse era recepcionado pelos alunos do Externato São José.O colégio das irmãs estava sempre na frente de todos os eventos realizados na cidade.Era uma escola particular, os pais pagavam uma mensalidade, somente se tornou pública quando a escola estadualizou.

Outro fato que ficou marcado na memória da menina Izelda foi a imagem de Dona Panfúcia, uma mulher de língua bem grande, da qual saiam inúmeras cobrinhas. A figura ficava pregada na parede do corredor da escola. As freiras sempre falavam que a pessoa que ficasse com fofoca, xingassem, falassem palavrões ou tivessem maus modos, ficariam iguais a Dona Panfúcia.

Durante sua infância e juventude seu dia a dia foi dedicado aos estudos e à igreja. Ela não participava de festas de carnaval, bailes nem se maquiava. Tia Jove não deixava.Izelda participava apenas das quermesses da igreja ou atividades dessa, acompanhada pela tia.Após o Exame de Admissão ela interrompeu os estudos, porque não havia em Poxoréu escola que ofertasse atendimento educacional posterior ao ensino primário, quem quisesse prosseguir deveria ir para outro lugar, como Cuiabá, Rio de Janeiro ou Goiás. Assim sendo, apenas as famílias de melhores condições financeiras enviavam os filhos para fora.

Considerando se que Izelda tinha sido excelente aluna do Externato e ao realizar o Exame de Admissão foi aprovada com louvor, não havendo professores habilitados, ela passou a atuar como professora auxiliar de irmã Maria Conceição e aos 1( quinze anos fez o concurso público, tornando professora da rede estadual de ensino em 1953.Após o concurso foi lecionar no Grupo Escolar Júlio Muller., tendo como diretora a professora Maria Tereza Morbeck. Lecionava num período e no outro trabalhava no cartório do Sr. Aquilino Souza Silva.

Izelda conheceu o jovem Walde no correio em Poxoréu, ocasião em que ia postar correspondências ou passava em frente ao correio indo para a escola. Pouco tempo depois começaram a namorar e ele a pediu em casamento. Tia Jove gostava muito de Walde logo aprovou o casamento do jovem com Izelda , sua sobrinha, afilhada e filha.Menina linda, criada com muito mimo e conforto.

Em 1954, Izelda se casou com o jovem Walde Ferreira. E mudou se para Alto Coité, lá havia um posto telegráfico e seu esposo era responsável pelo posto. Porem, não demorou , o esposo adoeceu , contraiu a febre tifoide, entrou em licença e depois foi transferido para Cuiabá. De Cuiabá o esposo foi trabalhar na estação do Manso, que era a estação tronco, de lá partiam as linhas para o norte de MT e para a região de Barra do Garças. Recorda que haviam os funcionários do correio que eram os guardas de linhas e o Sr. Alexandre, avô de Luciana era também funcionário do correio , trabalhava junto com Marechal Rondon.

Em Cuiabá Izelda foi trabalhar na Inspetoria Regional. Em 1955 , mudou se para Coronel Ponce, devido a transferência do esposo que trabalhava no correio. Lá lecionou na Escola Rural Mista Coronel Ponce. Nesse período ela teve os filhos: Luciana, Iara Rúbia e Guilherme. Sendo

que Iara Rúbia faleceu com um ano e quatro mese com paralisia infantil e Guilherme faleceu logo após o parto.Depois de cinco anos morando em Coronel Ponce, o esposo Walde faleceu e deixou Izelda Viúva e órfã a filha Luciana, com 05 anos. Izelda então, se mudou para Cuiabá, ficando junto aos familiares de Walde que era seu esposo.

Izelda disse que a tia Jove era do PSD e o sogro era da UDN. Então a pedido do sogro, o primeiro voto dela foi para um candidato da UDN, Dr. Fernando Correia.

A tia Dona JOve, não concordou que a sobrinha Izelda ficasse em Cuiabá, na casa do sogro após a morte do esposoWalde, disse lhe que a famíia dela estava em Poxoréu. Izelda então, voltou para Poxoréu, para a casa da tia, com a filhinha Luciana. A tia nessa época morava na rua Goiás, próximo onde hoje é a casa de Carlos Moura.Aqui chegando , ela continuou lecionando, até que certo dia chegou lhe o secretário municipal de educação de Poxoréu e disse que ela deveria ir para Terenos em Mato Grosso do Sul, que não teria sido autorizada a remoção dela para Poxoréu. Caso contrário, ela teria que pedir demissão dentro de trinta dias.Izelda preocupada foi pedir a orientação de Sr. Aquilino, pessoa em quemela confiava e que sempre tinha se mostrado amigo.Ele então perguntou lhe quanto ela ganhava como professora. Quando ela disse que recebia sessenta e oito mil réis. Ele disse que com um salário daquele, ela não deveria ir para Terenos coisa nenhuma , que mandassem ir as favas quem a procurasse com tal proposta, que continuasse em Poxoréu e fosse trabalhar novamente no cartório com ele. Trinta dias depois o Sr. Sátiro Bezerra chegou na casa dela com o documento e informou que ela estava exonerada. Tamanha foi a decepção que Izelda nem sequer leu o tal papel que ele trazia,onde dizia ter ali registrado sua demissão.

Porém, considerando se a habilidade de Izelda como professora e a falta de profissionais em Poxoréu, logo professora maria Tereza Morbeck a convidou para substituir uma professora que havia se licenciado, tempos depois fez um novo concurso público e novamente se efetivou como professora de ensino primário. Depois de alguns anos Izelda concluiu o Ensino Superior em Ciências Químicas e Biológicas e fez o terceiro concurso público, desta vez para lecionar em área específica nas turmas do Ensino Fundamental de ª a 8ª série e Ensino Médio.

Quando voltou para Poxoréu, morando na casa de tia Jove com a filha Luciana, Izelda passou a enfrentar as dificuldades vivenciadas pelas mulheres viúvas , tal qual enfrentavam as mães solteiras; a discrimição . Fato que fazia com a tia a tratasse com mais rigor do que na época da juventude. Dizia que ela não poderia sair de casa nem conversar com os homens para não ficar mal falada.Conversar com solteiro não poderia, com homem casado era ainda pior. Izelda então, que sempre foi uma mulher muito inteligente não vendo meios para se libertar , optou se por casar se novamente. Foi aí que conheceu o Sr. José Pedro, e viu nele o meio para se libertar e poder voltar a fazer parte da sociedade, ou pelo ao menos ser vista com melhores olhos, libertar se do estigma de viúva ou mulher sozinha.Da união com José Pedro, ela teve os filhos: José Pedro( Breu) e Marco Antônio.O esposo José Pedro era muito atencioso com os filhos e também tratava a enteada Luciana muito bem. José Pedro era irmão de profª Otaniba da Silva Ribeiro, de Lió Baiano e de Dona Nena, conhecida por Goiânia.José Pedro teve um primeiro casamento e desse ele teve os seguintes filhos:Wanda Borges e Wandinei Borges. Wanda era irmã e madrinha de Marco, havia um excelente relacionamento entre os irmãos.

Izelda nunca cortou os laços de convívio familiar com os membros da família de seu ex esposo Walde,quando criança, seus filhos Luciana, José Pedro e Marcos iam passar as férias na casa deles em Cuiabá, Rio de Janeiro, Goiás, Brasília. Tem dois cunhados e duas cunhadas que

moram em Cuiabá, outros moram no Rio de Janeiro e Ipameri GO.Diz que a família de Walde é a família que ela tem hoje.

Tamanha foi a surpresa de Izelda quando determinado dia foi procurada pelo Dr. Joaquim Martins Sirqueira , que trabalhava na assessoria jurídica da Seduc MT e chamou lhe a atenção porque deparou com uma grave situação em sua vida funcional ,. Pois, constava que ela era efetiva; isto é , concursada três vezes, o que não é permitido por lei, caracteriza acúmulo ilícito.Izelda confirmou sim, que fez três concursos e explicou a ele o que houve com o primeiro concurso, que ela havia sido exonerada por não ter aceito a remoção para Terenos MS. Dr. Joaquim pediu para ela ir a Cuiabá resolver a situação.

Determinado dia , Izelda se encontro com professora Tereza Morbeck e falou do ocorrido> ela que também estava residindo já em Cuiabá e trabalhava na SEDUC, se encarregou de ver o caso para Izelda e pediu que ela fosse lá. Izelda então foi a Cuiabá e constatou que ela nunca havia sido demitida do primeiro concurso, nem tão pouco removida para Terenos MS. Porém, também não recebia pagamento por ele, estava recebendo pelos dois últimos concursos que fizera.Com a ajuda dos amigos ( Dr. Joaquim e profª Tereza), Izelda conseguiu regularizar sua vida funcional e preservar os dois primeiros concursos, ficando assim, sem prejuízos no seu tempo de serviço.De acordo com Izelda , todo esse inconveniente na sua vida funcional e pessoal ocorreu por perseguição política, devido as intrigas que haviam entre os grupos da UDN e PSD.

Izelda estudou o Ensino Primário e Admissão no Externato São José em Poxoréu; o curso ginasial no Ginásio Sete de Setembro em Poxoréu; o 1º ano do curso normal, na Escola Normal Regional, em Poxoréu e parou os estudos, por exigência do esposo José Pedro que não permitiu lhe a continuidade dos estudos. Depois de um determinado tempo, as professoras Levita e Alvair procuraram Izelda e convenceram na a falar com o esposo e retomar os estudos. Assim ela fez, chamou o marido e disse que que ela iria sim voltar a estudar, tomou a decisão e retornou, mesmo o esposo ficando contrariado. A escola naquela data já tinha o nome de Escola Normal Regional Dr. Fernando Correia, foi aí que Izelda terminou o Ensino Médio, no prédio do atual IHG de Poxoréu na rua Mato Grosso , centro.Naquela época no período diurno ali estudavam os alunos do Grupo Júlio Muller e à noite os alunos da Escola Dr. Fernando Correia. Izelda não parou por aí, em período de férias fez o ensino superior na UFMT, quando nos meses de janeiro, e julho estudava em Cuiabá, e mensalmente ia a Rondonópolis realizar as provas.

No local onde hoje está a Escola Estadual Cel. Júlio Müler era o Campo de Futebol Largo São Bento, campo gramado e cercado de arame. Depois, em 1958, construiu se aí o prédio do Ginásio Sete de Setembro. No período em que profª Levita era diretora o colégio tinha os seguintes professores:Luís Almeida, Neusa Carvalho, Levita, Elizeth, Alvair.

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