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Anna Joaquina Correia de Oliveira – Dona Sinhá

Anna Joaquina Correia de Oliveira – Dona Sinhá

Sinhá é natural de Guarani -BA, nasceu em 17/07/1922, filha de Manoel Cândido de Oliveira e Eduvirgens Rodrigues de Oliveira. Quando nasceu, a mãe de Sinhá já tinha outros filhos, resolveu dar Sinhá para a tia Francisca criar. Dona Francisca, de tia passou a ser a mãe da menina Sinhá deu lhe carinho, cuidados e educação . Enquanto morava na Bahia, Sinhá disse ter morado num lugarejo por nome Canabrava.

O senhor Manoel Cândido, pai biológico de Sinhá era tropeiro, profissional que naquela época fazia papel semelhante à dos caminhoneiros no dia de hoje, visto, que os tropeiros tinham a função de transportar mantimentos e outros produtos de um lugar para outro. Porém, ao invés de carro, usavam o lombo de animais: cavalo, jegue, burro e mulas. Assim, sendo, o Sr. Manoel Cândido viajava com muita frequência transportando cargas com animais, pelos sertões da Bahia, nas longas e difíceis estradas de chão.

Dona Eduvirgens, mãe de Sinhá teve 13 filhos: Eva, Anna Joaquina ( Sinhá),Maria(Cotinha), Ulcina, Carolina ( Calu), Francisca ( França), Esmeraldina( Mera), Luzia ( Lezinha),Sebastião, João Cândido, Euclides ( Quidinho),Adão, e Josemiro.

A mãe de Sinhá era muito brava, vivia atrás dela , não deixava namorar. Os namoros eram no esconderijo, como diz Sinhazinha. Era namoro rápido, não dava nem tempo para os pais saberem, já tinha outro pretendente.

Enquanto morava na Bahia, Sinhá frequentou a escola por pouco tempo, teve como professor Nozinho, que era pago pelo pai. Disse ela, que não era escola do governo, isto é , não era escola pública. Mas os pais que construíam e pagavam os professores para lecionar para os filhos e aquelas famílias mais pobres não colocavam os filhos para estudar ou os pais que tinham mais condições assumiam todas as despesas da escola e as demais crianças da vizinhança estudavam juntas.

Em agosto de 1939 os pais de Sinhá juntamente com mais outras famílias partiram a cavalo da Bahia rumo a Mato Grosso, onde chegaram somente no mês de janeiro do outro ano. Era uma viagem longa e cansativa para adultos, crianças e até mesmo para os animais. Durante a viagem, paravam para dormir, para lavar roupa e para cozinhar. Recorda que a irmã Calu quando veio para Mato Grosso, já havia se casado. Chegando em Mato Groso os pais de Sinhá vieram para Poxoréu e Calu com o esposo ficou morando em Guiratinga.

Aqui chegando, a família de Sinhá foi morar na fazenda do senhor Gino Cardosos, estrada de Cuiabá. Sr. Gino morava na cidade de Poxoréu, à Rua Mato Grosso, abaixo da casa de Major Vilela. Disse à Sinhá que ela teria que se casar, que já estava passando da idade de arrumar um marido. Então, certo dia chegou na fazenda com três pretendentes para Sinhá escolher um para ser o marido dela. Um homem era bem branco dos olhos claros, outro era bem moreno e o terceiro era moreno claro e muito bonito.

Sinhá olhou a cada um com muita atenção e mesmo vendo que José Correia era o mais escuro, se interessou por ele. Logo em seguida Sr. Gino lhe disse que dos três aquele jovem era o mais recomendado por ele. Apesar de simples e negro, era um homem bom.

Feita a escolha, Sr. Gino e os pais de Sinhá deram início aos preparativos para o casamento que não demorou. Tempos depois vieram para a cidade de Poxoréu e realizou-se o casamento, em 28/12/1942, na parte da tarde, na casa da irmã Mera( Esmeraldina), situada na Rua Mato Grosso, abaixo da Livraria do Professor Genivá

Bezerra.Após o casamento houve uma pequena reunião para a família e amigos mais próximos, ocasião em que se serviu um jantar. Após o casamento, Sinhá e José Correia ficaram morando na cidade de Poxoréu, na rua Bahia, numa casa de esquina com a rua Pará, a casa alta; segundo ela, morava perto de Dona Ilta do Valdomiro barbeiro, que tinham uma filha por nome de Nides, essa foi a casa que depois morou o Sr. Joaquim Ribeiro e família.

A casa de Sinhá era vizinha também da casa de Joaquim Torres, irmão de João Torres , o professor. João Torres, não era casado, morava na casa do irmão Joaquim.

Dona Sinhá disse que conheceu João Torres, que ele era um bom professor, muito inteligente e educado. Porém era muito enérgico, usava métodos violentos para ensinar e para executar alunos indisciplinados.

Com certo receio disse que também se recorda do fuxico de João Torres. Quando perguntei o que houve que gerou o tal fuxico, ela inicialmente não queria entrar em detalhes, depois, com certo jeitinho ela foi falando aos poucos o que houve.

Disse que as mulheres tinham o hábito de lavar roupa no córrego dos Bororos, no fundo da rua Bahia, e por lá começou uma conversa que João Torres estva pegando uma meninas na escola, isso é, estava com intimidade com algumas alunas. A conversa foi aumentando, a escola foi perdendo alunos para a outra escola e chegou no ouvido do delegado que mandou os oficiais intimar as lavadeiras para depor sobre o que estavam falando. Duas mulheres não foram intimadas, somente Sinhá e Regina, mulher de Manoel Silva.

Após ouvir as mulheres e elas nada provarem, o delegado chamou-lhes a atenção e foi até à casa de José Correia e de Manoel Silva dar a eles os parabéns pelo fato das esposas não terem se envolvido em tal fuxico.

Relatou outro fato ocorrido com o prof. João Torres. Disse que determinado dia, o padeiro que passava para entregar os pães de casa em casa e vender para outros que não tinham freguesia fixa, se sentiu apertado e precisou ir ao banheiro, como estava em frente à escola, o padeiro deixou a cesta de pães no chão e foi a uuma privada que ficava debaixo das mangueiras que ficavam no fundo da escola. Tamanha foi a supresa quando voltou do banheiro e a cesta estava totalmente vazia. Os alunos de João comeram todos os pães. O pdeiro mais que depressa reclamou para o professor sobre a atitude de seus alunos. O professor João Torres executou com a palmatória um por um dos alunos. Foram tantas as palmadas que da casa de Sinhá se ouvia o barulho. Aquilo para Sinhá era algo normal e correto. Pois, o professor tinha total autoridade para corrigir os alunos para que não cometessem mais tal ato. Ali ele tinha que ensinar de tudo e corrigir sempre que precisasse. Tanto, que os pais não reclamavam.

Na rua Bahia, o senhor Correia tinha um bar e dali retirava o sustento da família. No início da união, uma mulher lava roupa para o casl Sinhá e Correia e as refeições els faziam na Pensão de Dita ( ou Rita), nos fundos do açougue do Altino, na esquina da Rua Mato Grosso com a Bahia. Naquela época a cidade era muito movimentada e os homens na maioria das vezes andavam armados com revólver. Nos finais de semana a bebedeira se intensificava e à noite ela ouvia muitos tiros, no dia seguinte ficava sabendo de fatos que haviam ocorridos. Porém, não dava atenção, fazia de conta que não havia escutado nada. Pois não queria ser envolvida em conversas. Deitava sempre cedo, não via nada, só escutava. Portanto, não tinha como provar nada do que lhe diziam.

Anos mais tarde, Sinhá se mudou para uma casa na Rua Rosa Boróro e depois para uma casa na Rua Mato Grosso , perto de onde hoje temos o Banco do Brasil.

O casal Sinhá e Correinha tiveram os seguintes filhos:

Epaminondas,Helena,Hélio, Erondina,Ivo, Maria Elza, Ernandes, Ana Clara, Isabel, Maria Auxiliadora, José Correia Filho, Marco César e César Marco.

Epaminondas, nasceu em 20/09/1944, nesse paríodo a família ainda morava na casa da rua Bahia.

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