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Pedro “Saia Véia”

Pedro “Saia Véia”

Pedro era de Conceição do Araguaia, Estado de Goiás. Chegou a Poxoréu a pé e paupérrimo em 1949. Logo se embrenhou nos garimpos. Desconhecido, sem nenhuma referência, comeu “o pão que o diabo amassou”, para permanecer na labuta. A situação ficou tão crítica que quando a sua pouca roupa que trouxera se deteriorou completamente, para encobrir as suas partes pudendas, teve que apelar para os sacos de estopa.

Com os sacos que muitas vezes eram jogados fora, ele fazia uma espécie de saia que era enrolada na cintura. Desta maneira ia para o trabalho nas catas para quebrar o cascalho, nas catas  ou para lavá-lo à beira do rio. Com a saia também dormia.

Não se incomodou com as chacotas dos companheiros que logo o apelidaram de “PEDRO SAIA VÉIA”. O “Saia Véia” teve sorte no garimpo. Tomou, no entanto, um firme propósito: somente venderia o produto do garimpo, que lhe tocasse, quando tivesse a certeza de que o dinheiro adquirido na venda do diamante ali catado, fosse suficiente para que jamais tivesse que voltar a garimpar. Assim aconteceu.

Por mais de um ano passou “Saia Véia” garimpando, sem nunca ir à cidade, sem vender diamante, deixando a barba e os cabelos crescerem exageradamente, parecendo um eremita, comendo mal dormindo mal, mas firme no propósito, até o dia que resolveu, calculando consciente a fortuna acumulada e vestindo a sua surrada “Saia Véia”, deixar o garimpo e ir até a cidade e tomar outro rumo em sua vida.

Antes de chegar à cidade de Poxoréu, parou na beira do rio, em um lugar deserto. Pediu a um bom companheiro que lhe fizesse um grande favor: fosse à cidade, vendesse para ele algum diamante e lhe comprasse: uma roupa, um par de sapatos, meias, cinto, cueca, sabonete, brilhantina, perfume, pente e lhe trouxesse. Ali esperou ansioso, mas paciente, o companheiro que fiel executou o seu pedido.

Tendo o banho tomado, vestiu a sua roupa nova, calçou os sapatos, passou perfume, a brilhantina nos cabelos e na barba, penteou os cabelos e foi procurar uma barbearia. Cortou os cabelos e fez a barba e aí se tornou o senhor Pedro de Souza Milhomem, mas ninguém o reconheceu. O Pedro “Saia Véia” estava impregnado em sua personalidade. Mas o homem que desejava ser novo continuou sendo o mesmo “Saia Véia”, sem a tendência de outros garimpeiros, em torrar o seu dinheiro ganhado com renúncia total, nos cabarés. Não deu este prazer às mulheres e aos exploradores donos de cabarés.

Após vender os seus diamantes, “Pedro Saia Véia” procurou conhecer a cidade do ponto de vista de negócios. Logo percebeu que ali corria muito dinheiro e muita gente morava em barracos de palha.

Aplicou o seu dinheiro em construção de casas residenciais e de comércio. Construiu 5 casas na Rua Maranhão, 11 casas na Rua Bahia,  2 casas na Rua Rosa Bororo e a sua casa comercial: “A Casa Garimpeira, na esquina da Rua Bahia com a Rua Paraíba”.

Pedro de Souza Milhomem casou-se com a senhorita Anaildes Gomes da Luz e teve os seguintes filhos: Adailton da Luz Milhomem, Jânio da Luz Milhomem e Adelzair da Luz Milhomem. Faleceu em 31 de julho de 1962.

Autor: Prof. João de Souza

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